D. Jorge Ortiga anuncia intenção de criar espaço de transição para reclusos que completam pena
Braga, 25 dez 2015 (Ecclesia) – O arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, disse hoje na homilia da Missa de Natal que é preciso descobrir o “sentido profundo” desta celebração, ultrapassando a excessiva atenção às "preocupações exteriores".
“Vejamos para além do imediato do presépio”, apelou, convidando todos os que querem ser discípulos a colocar-se “na presença de Deus feito homem”.
Na homilia da celebração, enviada à Agência ECCLESIA, o arcebispo primaz lamentou que haja tanta preocupação com a corrida para “comprar prendas” ou por elaborar um “jantar festivo onde nada falte”, em vez de atender ao verdadeiro sentido do Natal.
“Hoje, com a ousadia dos mártires e dos santos, teremos de atar a nossa vida à vida de Cristo”, apelou.
A intervenção recordou os reclusos dos estabelecimentos prisionais de Braga e Guimarães, com D. Jorge Ortiga a revelar a intenção de levar por diante a construção de uma casa de transição, ‘Casa Esperança’, por forma a facilitar "a passagem da vida institucional para a vida em comunidade".
"Sair de um ambiente totalmente controlado para um ambiente onde há poucas ou nenhumas restrições e uma grande variedade de tentações é muitas vezes motivo para que muitos ex-reclusos regressem ao crime", sublinhou.
O arcebispo de Braga falou da opção de estar atento a “qualquer próximo” que encontra, “sem exclusão de espécie nenhuma”.
“Se a vida dos outros tem alegria é com essa alegria que me identifico. Se é sofrimento, a sua dor é minha e as suas lágrimas não ficam sozinhas”, relatou.
O prelado deixou uma nota de agradecimento ao “Menino de Belém” por todos os voluntários que "por Ele e pelo Seu Reino, gastam horas, dinheiro e energias", pedindo que os fiéis empreguem parte do seu tempo na ajuda ao próximo, em atividades de voluntariado.
“Só desde que damos a nossa vida, ela é verdadeiramente nossa”, concluiu.
OC