Aplicação da Concordata foi um dos temas da reunião A aplicação da Concordata entre Portugal e a Santa Sé, assinada em 2004, continua a causar apreensão entre os bispos portugueses, ao ponto de ser um dos temas da reunião informal da Província Eclesiástica de Braga que teve lugar ontem nesta cidade. Com a presença de todos os bispos, excepto o de Vila Real (que continua internado num hospital de Vila Nova de Gaia devido a problemas cardíacos), este encontro, que acontece de três em três meses numa das nove dioceses daquela circunscrição esclesial, serviu para a partilha de ideias e preocupações sobre a Igreja e a sociedade. Uma das preocupações do episcopado do Norte e Centro de Portugal está relacionada com a regulamentação que se espera sobre as capelanias hospitalares, amplamente discutida nos últimos meses e que até levou a pedidos de audiência ao Primeiro-ministro, José Sócrates, e ao ministro da Saúde, Correia de Campos. Aspectos que dizem respeito à segurança social dos sacerdotes também foram tratados nesta reunião que juntou os bispos de Braga, Viana do Castelo, Vila Real, Bragança-Miranda, Viseu, Lamego, Aveiro, Porto e Coimbra. O encontro começou no Paço Episcopal, continuou na Casa Sacerdotal (onde foi servido o almoço) e incluiu uma deslocação à freguesia de Dume, para visita guiada às ruínas da igreja e do túmulo de São Martinho. Uma forma e assinalar a festa em honra o bispo que evangelizou os suevos, que dá nome à casa sacerdotal e é o padroeiro da Arquidiocese de Braga. A missa da festa foi celebrada na Sé Catedral, foi presidida pelo Arcebispo de Braga ver texto, nesta página), mas sem a presença dos bispos da província eclesiástica. À noite, o Bispo Auxiliar D. Antonino Dias celebrou a Eucaristia em Dume, encerrando uma semana de actividades culturais e religiosas organizada por esta paróquia. Em declarações ao Diário do Minho antes de celebrar a Eucaristia na Sé de Braga, o Arcebispo Primaz disse que os bispos vêem com «esperança» a aplicação da Concordata. Sinal disso são as informações ontemrecebidas, já após a reunião, que o levam a dizer que «as coisas estão a correr bem». O prelado referia-se à segurança social dos padres. Ainda sobre este aspecto da vida sacerdotal, o Arcebispo de Braga revelou que o episcopado ontem reunido nesta cidade voltou a falar da «urgência» da implantação do chamado Fundo Paroquial. Uma medida que, assegura D. Jorge Ortiga, «simplificaria muitas questões » levantadas na gestão da vida paroquial, por vezes com reflexos (negativos) na acção pastoral. Uma delas refere-se às taxas (tabela) a aplicar nos actos litúrgicos e outros realizados nas paróquias, assunto que também foi tratado na reunião de ontem. Além da troca de ideias sobre a situação actual da Igreja – a próxima reunião realiza-se no Porto, em 10 de Março de 2008 –, os bispos da Província Eclesiástica de Braga prepararam a deslocação ao Vaticano, de 3 a 12 de Novembro, para a chamada visita “ad limina”, que deve acontecer de cinco em cinco anos.