“Fisicamente os bombeiros estão esgotados, mas a capacidade de estarem ao serviço dos outros, voluntariamente, numa situação tão delicada como esta manifesta a força do seu espírito”. É o Pe. José Manuel Silva, capelão-mor dos bombeiros portugueses quem dá essa certeza à ECCLESIA. Constatando que estamos a atravessar uma crise significativa, o Pe. José Manuel Silva refuta a ideia de que haja poucos bombeiros no terreno: “o problema é que eles são voluntários, muitas empresas não os deixam sair e há muitos bombeiros que chegaram a tirar estes dias de férias para estarem ao serviço dos outros”, explica. A defesa dos soldados da paz portugueses avança também para a questão da falta ou não de formação, levantada recentemente, referindo o Pe. José Manuel Silva que “tecnicamente somos iguais aos outros e o facto de sermos voluntários gera um calor humano que ainda nos faz melhores”. Recordando a tomada de posição da presidência da CEP em relação aos bombeiros na nota intitulada “Fraternidade na Tragédia: a Urgência da Esperança”, este sacerdote refere afirma que é fundamental, no contexto nacional, perceber que os bombeiros estão no terreno “voluntariamente” e são “um exemplo de abnegação”. “Só espero que em Outubro não se tenham todos esquecido do que está a acontecer. A raiz deste problema está na responsabilidade pessoal”, conclui.