«Sensação de dever cumprido» vale todo o «sacrifício», diz Fernando Barão, que hoje chefia 150 homens em Torres Vedras
Lisboa, 13 jul 2015 (Ecclesia) – Fernando Barão comanda em Torres Vedras a corporação mais antiga da Liga dos Bombeiros Voluntários, com 112 anos de existência.
Em entrevista à Agência ECCLESIA, aquele responsável passa em revista 25 anos de serviço às populações e fala sobre a paixão pelos “soldados da paz”, que o apanhou ainda muito novo, aos 9 anos de idade.
“Um dia tocou a sirene dos bombeiros para um incêndio e fomos todos ao quartel ver os carros a sair”, recorda o comandante, que “faltava à catequese” para ir ver os seus heróis em ação.
Como era ainda criança, seguia “na ambulância” ou “às vezes num autotanque que ficava mais na retaguarda”.
“Íamos, ajudávamos, ficávamos felicíssimos, e é assim que as coisas começam”, frisa Fernando Barão.
Hoje com 150 homens a cargo, o comandante da corporação dos Bombeiros Voluntários de Torres Vedras destaca a importância do espírito de grupo e também da estabilidade social e emocional de quem presta este serviço.
“Felizmente nesta corporação praticamente todos têm emprego, uma vida estabilizada, e assim dão o melhor de si aos outros. Num corpo de bombeiros com muita gente desempregada há um espirito interior de revolta, de quem passa a vida a trabalhar pelos outros e vê que ninguém olha por si. Isto operacionalmente tem muita importância”, frisa aquele responsável.
D. Jorge Ortiga, presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e da Mobilidade Humana, deixou este domingo uma palavra de reconhecimento a quem exerce a “tarefa heroica” de vigilância das florestas, e aos bombeiros, “verdadeiros soldados da paz”, recordando os que morreram neste “serviço humanitário”.
Em anos e anos de trabalho, Fernando Barão já viu “muitos teatros de operações”, onde o risco esteve sempre presente mas também onde aprendeu uma máxima que o acompanha sempre.
“Juntos somos muito mais fortes. Precisamos que ninguém falhe para que tudo corra bem. Os bombeiros são uma família, há uma camaradagem muito grande, muito espirito de sacrifício, muito trabalho, cansaço, mas a sensação de dever cumprido conforta a alma”, conclui.
Os bombeiros voluntários de Torres Vedras lidam anualmente com “cerca de 400 a 500 incêndios”.
Esta noite, a partir das 22h45 na Antena 1, o Programa ECCLESIA dá a conhecer melhor a história destes heróis dos tempos modernos, que arriscam a vida em favor do bem-comum.
JCP