E abertura oficial das bodas de prata episcopais de D. Joaquim Gonçalves No âmbito das comemorações das Bodas de Diamante do Seminário de Vila Real, no próximo dia 21 de Maio, realizar-se-á uma sessão solene de homenagem aos sacerdotes e bispos que estudaram naquela instituição diocesana. Depois do discurso de Mons. Agostinho Borges, reitor do Instituto Português de Santo António em Roma, e a actuação do Coro dos alunos de Teologia serão descerradas fotografias dos bispos que descobriram a sua vocação naquela casa: D. Gilberto Reis, D. António Marto e D. Amândio Tomás. Na noite desse dia, no Teatro de Vila Real, será apresentada a oratória «Travessia». Um texto poético, de ressonâncias bíblicas e cunho transmontano, do actual bispo de Vila Real, D. Joaquim Gonçalves, e musicado por Joaquim Santos. A obra será executada pela Orquestra do Norte, dois solistas italianos e pelo Coral de Chaves. Com estas actividades abre-se oficialmente as comemorações das bodas de prata episcopais de D. Joaquim Gonçalves. Travessia Uma peça musical para dois solistas, coro e orquestra, designada tecnicamente por «Oratório», baseada num texto poético onde se canta a evolução de Trás-os-Montes desde os povos pré-romanos até aos nossos dia. A música é de Joaquim dos Santos, um padre compositor de Cabeceiras de Basto, que, depois da primeira iniciação na arte de composição no Seminário de Braga, frequentou em Roma o Pontifício Instituto de Música Sacra e o Conservatório de Santa Cecília. Tem já com uma vasta obra de música sacra e profana, alguma de raiz popular e outra muito elaboradas com recurso ao piano e a instrumentos novos como marimba e bandolim, e obras corais sobre textos de vários autores, desde Miguel Torga a Castro Gil O texto poético da «Travessia» é de D. Joaquim Gonçalves, Bispo de Vila Real, e divide-se em três quadros – Distribuição das tribos (as mini-regiões do distrito), Tentações do deserto (a passagem da vida rural à urbana) e Frutos da terra prometida (riquezas e belezas naturais) . Há um quarto quadro já composto, Despedida de Moisés e Passagem do Jordão, o mais longo e dramático, que constituirá um outro concerto. O título de «Travessia» deve-se ao facto de haver utilizado o esquema bíblico da viagem dos Hebreus pelo deserto, e nessa metáfora da «travessia» pelo deserto faz-se um comentário à evolução da terra transmontana, e , de maneira oblíqua, a toda a sociedade actual, o que lhe confere alguma universalidade.