Eutanásia e europeias na agenda dos trabalhos da Conferência Episcopal Portuguesa Os Bispos portugueses vão reflectir sobre a eutanásia e as eleições marcadas para este ano em Portugal. Está prevista a aprovação de duas notas pastorais sobre estes temas, no decorrer da 171ª Assembleia Plenária que vai juntar em Fátima, entre os dias 20 e 23 a conferência Episcopal Portuguesa. Ainda com títulos provisórios e por isso, sujeitos a alterações, «O direito e o dever de votar» e «Proteger a vida humana até ao fim pela positiva» são as notas pastorais, respectivamente, sobre as eleições e sobre a eutanásia, que estarão em análise. Em declarações à Agência ECCLESIA, o Pe. Manuel Morujão, secretário da CEP afirma que todas as forças sociais, “onde se inclui a Igreja, com os seus princípios e vivendo na cidade terrena, com o compromisso que tem de desempenhar todos os deveres, não podia deixar de se pronunciar e sublinhar que o cidadão tem de levar a sério os seus deveres. Com estas três frentes, o cidadão não pode deixar de se manifestar”. Num ano marcado por três actos eleitorais (europeias, marcadas para 7 de Junho, legislativas e autárquicas), “um cristão não é apenas cristão na Igreja ou num acto religioso, mas é-o também na família, na sociedade e na política. Os seus valores não podem por isso ficar esquecidos nestes momentos tão importantes”. Sobre a eutanásia, o Pe. Morujão afirma ser um tema não exclusivo da agenda política. Considera, por isso, ser fundamental falar-se sobre esta questão. “Certamente que a Igreja, que pensa nos mais pobres e fracos, não pode também esquecer os que por razões de saúde e debilidade de forças são postos de lado, neste caso da eutanásia”. Os bispos portugueses têm em conta o debate político e as intenções eleitorais. “Vivemos com os pés assentes na terra. As discussões contemporâneas e as intenções políticas são alvo de reflexão por parte dos bispos portugueses, culminando agora numa nota pastoral”. O preservativo não consta da agenda da Assembleia Plenária da CEP, ficando de fora dos trabalhos as declarações de Bento XVI na viagem apostólica aos Camarões, no passado Março, e os comentários decorrentes dos bispos portugueses. O secretário da CEP considera que as pessoas estão esclarecidas sobre esta questão “apesar de todas as deturpações das declarações do Papa”, que o Pe. Morujão considera terem sido “de grande ousadia mas também de grande equilíbrio”. “Não será preciso dizer mais nada actualmente”, acrescenta. Sem estar previsto em agenda “qualquer dos bispos participantes, se o entender, poderá colocá-lo”, acrescenta. A Conferência Episcopal Portuguesa vai ainda reflectir sobre a Igreja em Portugal e, especificamente, sobre um documento «Repensar a acção pastoral da Igreja». O secretário da CEP afirma tratar-se de um texto base “que recupera a conversa que os bispos portugueses mantiveram com o Papa durante a visita Ad limina”, em Novembro de 2007. “Foi um tema proposto pelos bispos no encontro com o Papa e que agora querem concretizar melhor”. O secretário da CEP afirma que esta reflexão poderá conduzir a “pistas para uma pastoral comum em todas as diocese portuguesas”. Em agenda na Assembleia Plenária consta ainda a apresentação do simpósio «Reinventar a solidariedade em tempo de crise», agendado para o dia 15 de Maio, no Centro de Congressos de Lisboa, e a apresentação do tema e do programa para as Jornadas Pastorais do Episcopado, marcadas para os dias 15 a 18 de Junho. A Assembleia Plenária da CEP vai ainda abordar os diversos trabalhos desenvolvidos pelas Comissões Episcopais e o encontro com o Presidente do Conselho de administração da Fundação Mater Timor. D. Rino Passigato, Núncio Apostólico em Portugal estará presente na sessão de abertura, onde D. Jorge Ortiga, Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, fará o discurso de abertura e irá dirigir palavras de saudação ao novo Núncio. A sessão de abertura, marcada para as 16 horas, é aberta à comunicação social. O Pe. Manuel Morujão, secretário da CEP, irá facultar aos jornalistas um breve informação no dia 22 de Abril, às 12h45. Depois do encerramento da Assembleia, no dia 23 às 14 horas, haverá uma conferência de imprensa onde será divulgado o comunicado final do encontro plenário.