CEP nega qualquer desejo de monopolizar assistência espiritual nos hospitais, mas pede igualdade que respeite a «proporcionalidade» O Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) manifestou hoje o desejo de ver rapidamente resolvida a questão da regulamentação da assistência religiosa e espiritual nos hospitais, esperando alterações no último projecto de decreto de lei apresentado pelo governo. Em declarações à Agência ECCLESIA, o secretário da CEP, D. Carlos Azevedo, destacou o facto de, neste momento, “o Ministério da Saúde ter encontrado uma forma de diálogo”, considerando que este assunto “está encaminhado” e garantindo que “estamos abertos a algumas mudanças”. “Queremos, certamente, garantir a igualdade de todas as religiões e todas as confissões, isso esteve sempre presente, mas esperamos que seja uma igualdade que ressalve a proporcionalidade”, indica. O secretário da CEP revelou algum mal-estar dos Bispos perante “artigos de opinião” recentemente publicados, avançando que sobre este assunto das capelanias hospitalares “será emitido um comunicado, por escrito, pelos responsáveis nacionais da Pastoral da Saúde, e não haverá mais nenhuma declaração para que não digam que a gente disse o que não disse”. O ministro da Saúde manifestou-se hoje convencido de que será encontrada uma solução relativamente à assistência religiosa nos hospitais que respeite a Constituição. “Estou certo que vamos chegar a conclusões que respeitem o valor da contribuição da assistência espiritual e religiosa com uma igualdade de acesso que é garantida pela Constituição e também pela Lei da Liberdade Religiosa e pela Concordata”, afirmou Correia de Campos aos jornalistas, à margem de uma cerimónia no Hospital de Santa Maria, em Lisboa. A Coordenação Nacional das Capelanias Hospitalares criticou a última proposta do ministério, referindo que a mesma “retira faculdades à Igreja Católica, em vez de proporcionalmente as conceder a todos”. Ainda esta Terça-feira, os Bispos analisaram as consequências da audiência que foi concedida pelo primeiro-ministro, José Sócrates, no passado dia 12 de Julho, para abordar várias temáticas derivadas da regulamentação da Concordata, e problemas em áreas como a educação e a solidariedade social. Em cima da mesa esteve também a avaliação “muito poisitiva” da reunião do Conselho das Conferências Episcopais da Europa, que decorreu em Fátima de 4 a 7 de Outubro, e a programação da visita dos Bispos portugueses ao Vaticano, que tem lugar de 3 a 12 de Novembro, a qual incluirá uma Assembleia plenária do organismo episcopal. Foi ainda revelado que a UCP irá proceder a um levantamento junto de “todas as insituições de solidariedade” ligadas à Igreja Católica. A CEP homologou também a nomeação do novo assistente nacional do CNE, o Pe. Rui Silva (Diocese de Lisboa).