Bispos preocupados com cortes nas pensões

Conselho Permanente da Conferência Episcopal pede que Governo explique decisão aos portugueses

Fátima, Santarém, 08 out 2013 (Ecclesia) – O Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) manifestou hoje em Fátima a sua “preocupação” perante o anunciado os cortes nas pensões de sobrevivência, pedindo ao Governo que explique a medida aos cidadãos.

“Os bispos veem com grande preocupação o possível corte nas pensões de sobrevivência e de viuvez. A primeira coisa que esperam é que o Governo possa esclarecer convenientemente o que se vai passar e de que se trata”, disse o porta-voz da CEP, padre Manuel Morujão, em conferência de imprensa.

O organismo episcopal esteve reunido esta manhã e no final do encontro o seu secretário recordou a necessidade de ter atenção ao “povo comum” que “está envolvido nos possíveis cortes”.

O ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social confirmou no domingo o corte, em 2014, nas pensões de sobrevivência, quando acumuladas com uma segunda reforma, sem esclarecer qual o montante a partir do qual a medida terá efeito.

“É fundamental que quem nos governa possa dar orientações claras, transparentes, e que criem uma onda de solidariedade”, assinalou o porta-voz do episcopado católico.

O padre Manuel Morujão referiu-se ainda à “grande ansiedade” que diz sentir nas Instituições de Solidariedade, muitas delas ligadas à Igreja Católica, em particular as que servem os mais idosos,

“A gestão dessas casas não será possível, em muitos casos, com cortes”, alertou, uma vez que também vivem das contribuições destas pessoas.

O porta-voz da CEP destacou as consequências para a vida das famílias em que “avós e país” estão a ajudar as gerações mais novas, caso lhes seja “reduzida substancialmente a pensão que têm”.

“Confiamos que tudo seja esclarecido e que haja solidariedade para com as franjas já mais pobres da nossa sociedade. É esse esforço que esperamos dos nossos governantes, para que os pobres não fiquem mais pobres”, acrescentou o padre Manuel Morujão.

O sacerdote jesuíta recordou as “dificuldades graves” por que passam as famílias portuguesas e a questão “urgente” do desemprego.

O secretário informou que a CEP está a preparar novos documentos, para a sua reunião plenária de 11 a 14 de novembro: uma mensagem sobre os “Desafios éticos do trabalho humano” e outra relativa à “visão cristã da sexualidade”, a propósito da “ideologia do género”.

O Conselho Permanente é um órgão delegado da assembleia dos bispos católicos em Portugal, com funções de preparar os seus trabalhos e dar seguimento às suas resoluções, reunindo ordinariamente todos os meses.

O organismo é atualmente constituído por D. Manuel Clemente, patriarca de Lisboa (presidente da CEP); D. António Marto (vice-presidente), bispo de Leiria-Fátima; D. Jorge Ortiga (vogal), arcebispo de Braga; D. Gilberto Canavarro Reis (vogal), bispo de Setúbal; D. António Francisco dos Santos (vogal), bispo de Aveiro; D. Manuel Quintas (vogal), bispo do Algarve; D. António Couto, bispo de Lamego; padre Manuel Morujão (secretário).

LFS/OC

Notícia atualizada às 15h32

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