Os bispos católicos de Moçambique alertaram para o “clima de violência” que está a alastrar pelo país, “desde as cidades até às áreas mais remotas”. Numa declaração apresentada durante uma assembleia plenária realizada em Novembro, a Conferência Episcopal de Moçambique alertou para o aumento da violência, causada pelo “banditismo, ataques de bandos armados, roubos à luz do dia e actos de retaliação”. Os bispos moçambicanos analisaram a situação social e económica do país e denunciaram a elevada taxa de desemprego que se verifica em Moçambique e que, na sua opinião, está a forçar “os jovens a tornarem-se vagabundos, a roubar para viver e a tornarem-se vítimas da toxicodependência”. Na opinião dos bispos, a corrupção entre os funcionários públicos está também a enfraquecer a coesão social e a minar a harmonia social. Nos últimos meses, sacerdotes e missionários foram vítimas deste clima de violência em Moçambique. Um sacerdote jesuíta brasileiro, Waldyr dos Santos, e uma leiga missionária portuguesa, Ilda Gomes, foram assassinados em Tete no passado dia 6 de Novembro. Sobre a relação entre a Igreja e o Estado, os prelados referiram as boas relações existentes em algumas dioceses, como a Beira, bem como o diálogo construtivo entre a Igreja e as instituições locais na legislação sobre a família e na colaboração na área da educação. Mas os bispos sublinham o seu direito a participar em áreas como a legislação sobre a família, o aborto e o divórcio “para se pronunciar contra leis civis que ofendem seriamente a verdade a justiça”. A nível eclesial, os bispos salientam que “os relatórios das dioceses apontam para um aumento de fiéis, fruto do trabalho incansável dos padres, religiosos, animadores e catequistas”, saudando também o facto de muitas paróquias e comunidades se estarem a tornar auto-suficientes. Os prelados pediram também maior compromisso vocacional. Este ano a Universidade Católica de Nampula assinala dez anos de existência. Na assembleia plenária foram apresentados os objectivos deste estabelecimento para 2010: o fortalecimento da identidade católica da universidade, maior autonomia financeira, adaptação à realidade moçambicana dos graus académicos e dos métodos de ensino, expansão das infra-estruturas e a criação de novos pólos em outras quatro províncias. Departamento de Informação – Fundação Ajuda à Igreja que Sofre