Os bispos da América Latina estão preocupados com os impactos negativos que a ALCA (Área de Livre Comércio das Américas) poderá ter sobre as suas populações. “A excessiva desproporção das capacidades competitivas de nossos países, alguns dos quais com economias muito fortes e desenvolvidas, outros muito frágeis, além do desequilíbrio de interesses e poderes, poderia levar a consequências muito graves, especialmente no que se refere à identidade cultural, aos postos de trabalho e à própria subsistência das economias mais frágeis”, referem Bispos representantes das Conferências Episcopais dos países do MERCOSUL, além de Chile e Bolívia. Os bispos estiveram reunidos na cidade de Montevideo de 2 a 4 de Setembro para reflectir sobre alguns desafios éticos e pastorais que decorrem da eventual implementação da ALCA. “Preocupa-nos em primeiro lugar a insuficiente informação e a rapidez com que avança o citado projecto, com a consequente falta de participação de todos os sectores da sociedade civil, para uma decisão tão importante para o futuro de nossos povos”, lê-se no documento final divulgado pelo representante brasileiro. “Um projecto como a ALCA deveria ter, como primeira motivação, a promoção do bem comum e da solidariedade entre os povos, e não a busca do maior lucro de alguns poucos e dos mais poderosos, em detrimento dos fracos”, defendem ainda os responsáveis da Igreja Católica na região.
