Os 50 dias da Páscoa, que a Igreja celebra desde o passado Domingo, são uma ocasião privilegiadas para que os Bispos portugueses escrevam aos católicos sobre alguns aspectos essenciais da fé e da vivência deste tempo. O Bispo de Angra, D. António Sousa Braga, lembra a surpresa das mulheres que se dirigiam ao sepulcro e encontraram a pedra removida. “Tudo dava a entender que a história bonita de Jesus e com Jesus tinha acabado. Esperavam encontrar um corpo e depararam-se com um mensageiro celeste a dizer que essa história era relançada, porque Deus tinha ressuscitado Jesus de Nazaré, que as aguardava na Galileia”, refere. Assim, explica o Bispo, mesmo na escuridão, a fé gera a certeza de que Deus é Amor. Citando a primeira encíclica de Bento XVI, D. António Sousa Braga espera que esta seja “uma Páscoa Feliz, na certeza da vitória da fé, operante pela caridade”. Amor e família É de amor que fala também a mensagem pascal de D. Jorge Ortiga, Arcebispo de Braga, para quem as “realidades confrangedoras no aspecto moral e social” têm como solução a família. “Daí emergem sombras preocupantes e daí podem sair luzes renovadoras. Ter ‘compaixão’ não quis significar sobranceria ou autoritarismo. Moveu-nos a fidelidade à nossa vocação e só quisemos consciencializar-nos, como cristãos e cidadãos, da importância do Amor”, escreve. Sinais de morte D. António Vitalino, Bispo de Beja, escreve a sua mensagem pascal a partir de “sinais de morte” e da festa da Ressurreição, vincando que “os cristãos celebram a Páscoa, a festa da passagem da morte para a vida, o acontecimento da paixão, morte e ressurreição de Jesus de Nazaré, que viveu fazendo o bem, cumprindo fielmente a vontade de Deus de salvar a sua criatura, que pareceu não aceitar essa oferta de salvação, dando a morte a quem tanto amava”. “Embora haja por aí muitos sinais de morte, não nos deixemos acabrunhar. Acolhamos a oferta do perdão, reconciliemo-nos com Deus e uns com os outros e vivamos o presente com a certeza de que somos chamados para a vida. Com esta alegria e esperança, que brotam da Ressurreição de Jesus, desejo a todos os diocesanos felizes festas de Páscoa”, aponta. Páscoa, festa da Vida A Mensagem de Páscoa do Bispo de Viseu lembra que esta celebração acontece no tempo da primavera, “quando a natureza desperta e a vida ressurge e refloresce como que por milagre”. Neste contexto, a Páscoa cristã celebra a vida ressuscitada de Cristo “como explosão de vida nova para o mundo: é, ao mesmo tempo, a festa da vida de Deus em nós, a festa da vida humana renovada em Cristo, a festa da esperança mais forte do que a morte”. “A Páscoa propõe-nos pois um programa de vida que compete a cada um acolher e realizar. Anuncio-o e ofereço-o a todos vós, com os votos de que vos ajude a compreender e a viver a alegria da Vida em Cristo e a beleza de levar apoio fraterno a cada existência humana”, aponta. Esperança e alegria D. Manuel Pelino, Bispo de Santarém, afirma que ressurreição de Jesus Cristo é “centro e alicerce da nossa fé” para os cristãos e “fonte de esperança e de alegria” para todo o mundo. “Acolher o mistério de Cristo Ressuscitado e o dom do Espírito, é pôr-se a caminho para encontrar a paz interior, a harmonia e a serenidade. Que a alegria e a paz da ressurreição inunde os vossos corações e seja um fermento que transforma o mundo”, escreve. Passado e presente D. Teodoro de Faria, Bispo do Funchal, afirma que é preciso ver o Ressuscitado nos nossos dias, “não apenas como acontecimento histórico do passado mas como realidade actual e actuante”. Como no passado, alertou, ainda há quem prefira a “pedra no túmulo, como que a dizer: agora não falas mais, não lhes perturbas nos negócios, nas ideias, nos tiques revolucionários, não arrastas atrás de ti as multidões. Esta tentação continua ainda hoje presente no Mundo”. Poesia D. António Marcelino, Bispo de Aveiro, opta pela poesia para falar aos cristãos da importância da Ressurreição de Jesus. “Páscoa de Cristo! Tesouro a descobrir, Amor em primeiro lugar, Esperança a desfrutar, Graça a saborear, Vida Nova a viver!”, escreve.