Bispos polacos convocam uma jornada de oração e arrependimento de todo o clero

Os Bispos polacos convocaram “uma jornada de oração e de arrependimento de todo o clero”, na sequência do escândalo provocado pelas acusações de colaboracionismo com o passado regime comunista que afectou o arcebispo nomeado para Varsóvia, D. Stanislaw Wielgus. Este dia de “mea culpa” da Igreja Católica na Polónia será a Quarta-Feira de Cinzas, 21 de Fevereiro. Naquela ocasião, “em todas as igrejas das nossas dioceses se deverá rezar invocando do nosso Deus misericordioso o perdão pelos erros e pelas fraquezas no anúncio do Evangelho”. Os Bispos da Polónia dirigiram aos fiéis católicos uma carta que foi lida em todas as igrejas por ocasião da Missa deste Domingo, 14 de Janeiro. “A verdade do pecado – reconhecem os bispos– deve levar o cristão a reconhecer pessoalmente a culpa, através do arrependimento, da confissão do pecado e da penitência. A Conferência Episcopal sublinha que a Igreja do país échamada a “um grande esforço de reconciliação”. “A nossa experiência actual contribuirá para a renovação da Igreja, para uma maior transparência e maturidade dos seus membros”, assinala a missiva. A mensagem do episcopado polaco aos seus fiéis agradece a Bento XVI pela sua intervenção nesta crise, e renova a sua confiança ao Núncio Apostólico Jozef Kowalczyk. Relativamente aos documentos dos arquivos do antigo regime que vêm sendo divulgados, os bispos polacos sublinham que “a leitura unilateral dos documentos preparados por funcionários do aparelho repressivo de um Estado comunista, hostil à Igreja, pode causar grave dano ao povo, destruir os elos da confiança social, transformando-se, como consequência, numa vitória póstuma de um sistema desumano, em que fomos obrigados a viver”. Em declarações aos jornalistas, sábado passado, a propósito desta tomada de posição dos bispos polacos, o Cardeal Tarcisio Bertone, Secretário de Estado, sublinhou a necessidade de que a verificação sobre eventual colaboracionismo passado não se aplique só aos eclesiásticos, mas se estenda a toda e qualquer pessoa implicada em atitudes colaboracionista com qualquer tipo de regime passado. Por outro lado, observou o Cardeal Bertone, há que realizar um discernimento na leitura desta documentação, distinguindo o que é autêntico daquilo que é invenção ou contrafacção e que corresponde a estratégias desestabilizantes que ninguém aceita. “Ficaria contente que esta verificação se fizesse – e já o transmiti às autoridades competentes – também no que diz respeito aos funcionários dos partidos e da administração pública e de todos os que detiveram lugares políticos na sociedade polaca, como aliás também noutros países da Europa oriental”, atirou. (Com Rádio Vaticano)

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Agência ECCLESIA

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