Bispos norte-americanos denunciam limpeza étnica no Darfur

O presidente do comité para a política internacional dos Bispos norte-americanos assegura, “sem sombra de dúvidas”, que a violência na região sudanesa do Darfur representa uma limpeza étnica. D. John H. Ricard acusou o governo do Sudão de arabizar e islamizar a população. “Isto é claramente um exemplo de limpeza étnica”, disse à CNS. O prelado esteve na região em princípios deste mês e refere que “a questão da perseguição destas pessoas é muito real, elas ainda estão a ser atacadas pelas milícias Janjaweed e as próprias forças governamentais”. “Ainda é muito inseguro regressar para casa”, acrescentou. Na entrevista à agência católica dos EUA, D. Ricard explica que os refugiados são atacados pela aviação governamental assim que regressam aos seus lares, sendo obrigados a fugir novamente. “Muitas dessas pessoas irão morrer, de certeza, porque não têm para onde ir nem ninguém que os proteja”, acusa. Desde o início dos ataques milicianos, em Fevereiro de 2003, mais de 200 mil pessoas fugiram para os campos de refugiados no Darfur. Cerca de 1,2 milhões de deslocados estão espalhados neste território, duas vezes superior ao da França. As organizações cristãs de assistência no terreno continuam a levar em frente a Resposta de Emergência Conjunta (ACDER) da Caritas Internationalis e da “Churches Together International”, oferecendo ajuda médica e alimentar. Até agora, duas entidades locais têm ajudado a distribuir abrigos, cobertores, panelas, mosquiteiros e artigos de higiene a perto de 50 mil pessoas em muitos campos do Darfur. Nalguns campos de refugiados já foram construídas escolas e centros de saúde, além de poços e instalações sanitárias. O início da sessão das chuvas, contudo, aumenta os riscos de doença.

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