Timor-Leste acolhe pela primeira vez encontro das presidências dos episcopados católicos de língua portuguesa
Lisboa, 06 set 2012 (Ecclesia) – O avanço das seitas e o desenvolvimento sustentável vão ser os temas centrais do encontro das presidências das Conferências Episcopais dos Países de Língua Oficial Portuguesa, que Timor-Leste acolhe pela primeira vez a partir de hoje.
O porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) disse à ECCLESIA que a questão do desenvolvimento surge na sequência da Conferência das Nações Unidas sobre o tema, que decorreu no Rio de Janeiro (Brasil), em junho.
“Trata-se de preservar a criação, para que esta possa servir um maior número de pessoas, ultrapassando quanto possível a pobreza”, refere.
O padre Manuel Morujão fala em “desafios tremendos”, a nível mundial, que a Igreja também sente, ao estar presente nos vários países.
Nove bispos de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste vão estar reunidos em Díli, até segunda-feira, para analisar “o desafio das seitas no horizonte da nova evangelização”.
“Mais do que considerar as seitas como uma ameaça, será bom ver nelas um desafio, temos de partir para a evangelização”, disse o padre Manuel Morujão.
Este responsável explicou que a temática foi sugerida pelos bispos de Timor-Leste e que a incidência das seitas é “muito diferente” nos vários territórios lusófonos, admitindo que Portugal é “um caso particular, onde não se nota tanto” essa presença.
O secretário da CEP diz que é “fácil vender ilusões no mercado da pobreza, das necessidades urgentes”, criticando quem promete felicidade “de uma maneira irreal” e procura “manipular as pessoas”.
“Muitas vezes há pressões, venda de ilusões, faltando à verdade”, acrescenta o sacerdote, desejando uma maior aposta na “formação”.
Os encontros entre bispos lusófonos têm servido para a sua aproximação, por outro lado, abrindo portas a projetos como “acolhimento de estudantes”, a “assistência religiosa a emigrantes” ou projetos de cooperação em situações de “emergência social.
“Temos uma ponte, chamada língua, que deve ter trânsito em todas as direções”, frisa.
A delegação portuguesa em Díli integra, para além do padre Manuel Morujão, o bispo do Porto, D. Manuel Clemente, vice-presidente da CEP, e o padre José Maia, da Fundação Fé e Cooperação.
PTE/OC