Bispos italianos apelam a políticas de imigração que «respeitem a pessoa humana»

A imigração não é um problema isolado, mas interessa a todos. O Secretario geral da Conferência Episcopal Italiana (CEI), D. Giuseppe Betori, referiu, durante a Assembleia dos bispos, que a Igreja “sempre apelou a uma conjugação entre legalidade e acolhimento, mostrando que o acolhimento é possível”. “Juntar os dois termos tem servido para fazer uma leitura ideológica”. D. Betori afirmou que um realismo verdadeiro, em matéria de imigração, consiste em “conjugar a exigência legal, com o pressuposto da segurança social, com a exigência do acolhimento, imposto pelo respeito da dignidade da pessoa humana”. Sobre um eventual comunicado dos Bispos onde estes expressem uma posição a favor ou contra a introdução do “relato de clandestinidade”, D. Betori, explicou aos jornalistas que “durante a Assembleia, os bispos não foram confrontados com essa possibilidade”. O D. Betori afirmou que “a sociedade deve decidir sobre o problema da permanência temporária dos imigrantes, se acolhe ou exclui do país. Se os instrumentos são os Centros de acolhimento temporário n”ão depende de nós decidi-lo. Mas é necessário dar uma resposta eficaz e digna de acordo com a pessoa, de acordo com os padrões de dignidade humana e com o nível de civilização do nosso país”. O Bispo reconheceu que a sociedade tem um forte desejo de segurança, que não se circunscreve ao “medo do outro”, pois “exprime uma insegurança mais profunda”. D. Betori afirmou que “só uma identidade segura está disponível para ir ao encontro do outro”. “Não queremos uma sociedade que promova o gueto sem ajudar a integrar”, afirmou o Secretário-geral, que recusou igualmente “situações que criem alarmismo entre as pessoas”. Neste quadro, o Comitê Europeu para a Prevenção da Tortura (CPT) do Conselho da Europa, “é uma solução possível, mas não resolve o problema”, indicou. Segundo os bispos o essencial, “é diminuir o tempo de permanência e procurar outras formas de avaliação que o próprio país pode resolver”. A CEI apelou à não exclusão da imigração. “Hoje parece que oscilamos entre os dois extremos, quando o objectivo é chegar a um verdadeiro governo da imigração”, garantindo “solidariedade e integração, mas também uma verdadeira segurança para os cidadãos, que nasce da verdadeira integração”.

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