Pouco mais de um mês depois do golpe militar de Julho passado os bispos filipinos voltam a pronunciar-se sobre a situação política no país, para pedir a seus líderes que “renunciem à mania de ser protagonistas e ponham fim aos intermináveis jogos de poder” que dominam actualmente o cenário político nacional. “Basta com as intrigas e a instabilidade política”, pedem. As novas investigações sobre um presumível caso de corrupção envolvendo José Miguel Arroyo, marido da Presidente, contribuíram para exasperar as tensões. A Igreja nas Filipinas tem assumido posições muito firmes contra a corrupção, que aliás, foi um dos motivos do protesto dos militares rebeldes. Numa Carta Pastoral publicada segunda-feira passada, pelo Conselho Permanente da Conferência Episcopal, os bispos dizem-se muito preocupados “pela impressão de que os líderes filipinos desceram à arena para se destruir mutuamente, com prejuízo para toda a família filipina”. Nos dias passados, o novo Presidente da Conferência Episcopal Filipina, D. Fernando Capalla, fez um apelo em favor da oração, do diálogo e do perdão, neste momento de crise. O Arcebispo de Davao também se afirmou favorável à hipótese de uma cimeira política, para evitar que o país caia “no caos e na anarquia”.
