Bispos espanhóis pedem purificação da memória

O presidente da Conferência Episcopal Espanhola (CEE) criticou os que querem voltar ao passado para “reabrir feridas e atiçar rancores” em relação ao período da Guerra Civil (1936-39). D. Ricardo Blázquez Pérez inaugurou a 90ª Assembleia Plenária da CEE lembrando que esta guerra foi um período agitado e doloroso, para o qual se deve olhar “com o desejo de purificar a memória, de corrigir possíveis falhas, de procurar a paz” e não de reabrir feridas e procurar vinganças. O Bispo de Bilbau disse desejar “que se faça luz plena sobre o nosso passado”, permitindo conhecer a origem do conflito e as suas consequências, mas através de uma “aproximação aberta, objectiva e científica” que evite “a pretensão de impor a toda a sociedade uma determinada perspectiva na compreensão da história”. “A memória colectiva não se pode fixar selectivamente: é possível que sobre os mesmos acontecimentos existam perspectivas diferentes, que se irão aproximando se existir o desejo autêntico de compreender a realidade”, explicou. “A busca da convivência na verdade, a justiça e a liberdade devem guiar o exercício da memória”, assinalou ainda. Neste contexto, o presidente da CEE apresentou o exemplo dos 498 mártires recentemente beatificados, os quais “tendo sido perdoados e queridos por Deus, oferecem também o perdão”. Este responsável afirmou que esta é a conduta que os levou a beatificação e que a sua elevação aos altares “não vai contra ninguém”. A Assembleia Plenária decorre até 22 de Novembro, tendo sido apresentada uma nova redacção do documento “Igreja na Espanha e Pastoral das migrações”, preparado pela Comissão Episcopal de Migrações, que através de reflexões teológicas e orientações práticas, “pretende responder à nova situação do fenómeno das migrações”. Redacção/ACI

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Agência ECCLESIA

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