A comissão permanente da Conferência Episcopal Espanhola (CEE) publicou uma nota sobre as próximas eleições de 9 de Março, deixando duras críticas ao governo de José Luis Rodríguez Zapatero por causa das medidas legislativas sobre a família e o matrimónio, bem como das negociações com a ETA. O terrorismo, escrevem, “é uma prática intrinsecamente perversa, de todo incompatível com uma visão moral da vida justa e razoável”, condenando “a negociação política com organizações terroristas”. Após uma reunião que decorreu esta semana, em Madrid, os Bispos apresentaram um documento com “orientações morais para estimular o exercício responsável do voto”. O texto alerta para “o perigo de opções políticas e legislativas que contradizem valores fundamentais e princípios antropológicos e éticos enraizados na natureza do ser humano, em particular no que diz respeito à defesa da vida humana em todas as suas etapas, desde a concepção até à morte natural, e à promoção da família fundada no matrimónio”. Manifestando respeito por quem pensa de outra forma, a CEE pede “liberdade e respeito para propor livremente a nossa maneira de ver as coisas, sem que ninguém se sinta ameaçado”. A Nota passa em revista vários dos temas que geraram polémica nestes últimos 4 anos de relação Igreja-Estado: o combate às “referências religiosas” na sociedade, a liberdade de ensino ou os nacionalismos. A CEE pede ainda atenção para questões como a imigração, a exploração de crianças e jovens, o emprego, a habitação e a ecologia.