Bispos do México apelam à união face à violência

“Chega de mortes, assassinatos, ódios e medos!”

A Comissão para a Pastoral da Comunicação dos bispos mexicanos apelou ao fim da violência, que atinge o país de modo cada vez mais crescente e preocupante.

Em nota publicada nesta Segunda-feira, o episcopado dirige-se "aos homens e mulheres que semeiam o mal", e lança um pedido: "Chega de mortes, assassinatos, ódios e medos!".

O texto sublinha a dor e a angustia que provoca em todos os cidadãos "viver num país ensanguentado onde aumenta a violência" e, por esse motivo, onde cresce também "a falta de esperança". São muitos os mexicanos vítimas de ameaças, extorsões, sequestros e homicídios, assinala a Comissão, que pede a todos para que "sejam superadas as diferenças políticas ou religiosas", com vista à oposição "como um só corpo ao flagelo da violência".

A violência, assinalam os bispos, desanima todos os cidadãos, obrigados a viver "num clima de terror e de incerteza". A nota recorda que, em alguns casos, muitas pessoas tiveram que abandonar as suas comunidades devido à insegurança crescente.

O documento solicita a todos que unam as suas vozes à voz da Igreja e à de todo o povo do México, para pedir, em nome de Deus, o fim da situação.

Estas denúncias não são recentes. Nos últimos anos, o episcopado mexicano chamou a atenção sobre o aumento da delinquência, da grande criminalidade, do narcotráfico e do tráfico de seres humanos.

Bento XVI considera que as medidas de segurança não são suficientes

A 10 de Julho, Bento XVI, reconheceu os passos que, "a partir de diversas instâncias da vossa nação, estão a ser dados para promover uma ordem social mais justa e solidária e para superar as contrariedades que continuam a sacudir o país."

As palavras do Papa, proferidas durante a apresentação das Cartas credenciais do novo embaixador do México na Santa Sé, sublinharam "a atenção e o compromisso com que as Autoridades do vosso país estão a enfrentar questões muito graves, como a violência, o narcotráfico, as desigualdades e a pobreza, que são terreno fértil para a delinquência."

"Sabe-se que para uma solução eficaz e duradoura desses problemas não são suficientes medidas técnicas ou de segurança. É necessária uma visão ampla e a eficiente união de esforços, além da promoção de uma renovação moral, da educação das consciências e da construção de uma verdadeira cultura da vida", referiu o Sumo Pontífice.

Nas últimas horas, o governo mexicano decidiu enviar mais soldados para auxiliar as tropas que, em algumas regiões do país, têm encontrado dificuldades em se opor ao poder dos grupos de narcotraficantes. Segundo a imprensa local, desde 2006 as vítimas do tráfico de droga são pelo menos 11 mil.

Com cerca de 111 milhões de habitantes, o México é o 11.º país mais populoso do mundo. De acordo com dados recolhidos no ano 2000, 76,5% da população declarou-se católica.

Com Rádio Vaticano

Foto: Ajuntamento no exterior de uma pequena capela em Juarez, cidade que se tornou zona de guerra para os cartéis de droga

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