Bispos do Congo condenam actuação das forças políticas

Os bispos católicos da República Democrática do Congo, reunidos em sessão plenária da Conferência Episcopal, condenaram o “amadorismo” revelado pelas forças políticas na condução do processo de transição que o país sofreu. “Estamos tristes por constatar que, ao invés de agir para a promoção social, os dirigentes do nosso país concedem-se vantagens sociais, que demonstram seu desinteresse pelo bem-estar da população”, escrevem. Os prelados locais dirigiram-se aos fiéis com uma mensagem intitulada “Por amor do Congo não me calarei” , apresentada ao final da reunião da Conferência Episcopal (Cenco), que se realizou em Kinshasa de 9 a 14 de Fevereiro. Mesmo reconhecendo os progressos feitos no processo de transição do país, os líderes católicos no país quiseram sensibilizar os cristãos e a opinião pública sobre os problemas ainda pendentes. De acordo com o documento, “a classe política parece mais preocupada em conservar o próprio poder do que se ocupar do bem-estar dos congoleses”. Os Bispos denunciam esse desequilíbrio, que cria um mal-estar social realmente sentido por todas as faixas da população e do qual o governo não parece compreender a gravidade. “Na área social, constatamos com sofrimento que as reformas anunciadas com ênfase são insignificantes e permanecem incompletas. Além disso, essas promessas ficaram no papel, e foram exploradas para fins eleitorais”, acusam. A República Democrática do Congo está a viver um momento de profunda transição, depois da tomada de posse do governo de unidade nacional, formado com base no acordo de Sun City (África do Sul), em Abril de 2003. O executivo deve preparar as eleições políticas e presidenciais que serão realizadas em 2005.

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