A Conferência Episcopal da Venezuela (CEV) advertiu que o socialismo marxista promovido pelo presidente Hugo Chávez para o país «serviu de sustento para os regimes» da Europa do Leste no século passado. No documento conclusivo da sua última Assembleia Plenária, a Conferência Episcopal afirma que, com o novo mandato de Chávez, “começa uma nova etapa na história política do país, não só pela reeleição presidencial, mas também pela proposta de um novo modelo político-social denominado «Socialismo do século XXI»”. “A sua raiz ideológica é a doutrina clássica marxista-leninista dos dois últimos séculos, adaptada ao nosso meio e sustentada numa interpretação de textos dos escritos de Bolívar e de outros pensadores do passado”, assinalam os prelados. Os Bispos do país defendem que qualquer regime político “deve ter como centro a pessoa humana e os seus direitos, há-de promover os valores democráticos, dos quais um muito importante é a preservação da propriedade privada e a sua função social”. “A Assembleia Nacional deve levar em conta e assumir o pluralismo político e ideológico existente no país, que foi destacado nas recentes eleições presidenciais”, acrescentam. A CEV refere que “há situações sobre as quais os Bispos se não podem calar, e verdades sobre as que continuarão a insistir, com a centralidade da pessoa, os direitos humanos, o pluralismo político frente ao pensamento único e a exclusão por razões ideológicas ou por qualquer outro motivo”. Os Bispos venezuelanos indicam que se sentem especialmente chamados a promover “o fortalecimento do sistema democrático, sustentado por valores éticos, e uma sincera busca do bem comum e da paz”. (Com Agência Zenit)