Bispos da UE consideram a nova Constituição como uma «etapa fundamental»

Elogios ao novo texto apenas são ensombrados pela ausência de uma referência às raízes cristãs da Europa A Comissão dos Episcopados da União Europeia (COMECE) considera que a Constituição Europeia, aprovada em Bruxelas na semana passada, representa “uma etapa fundamental no processo de integração europeia”. A presidência da COMECE reuniu-se ontem em Roma, para analisar o tema, e na declaração final do encontro nota-se a grande satisfação dos episcopados católicos da UE pelo facto de o Tratado Constitucional mencionar o respeito da dignidade humana como primeiro valor da União. “Os objectivos da UE fundam-se na procura do bem comum europeu e mundial, pelo que se pode esperar uma Europa que seja, cada vez mais, uma comunidade de valores”, apontam. O reconhecimento da identidade e do contributo específicos das Igrejas e comunidades religiosas (artigo 51) é também referenciado como um avanço significativo, mas os Bispos da União não esquecem a ausência de uma referência às raízes cristãs da Europa no preâmbulo da Constituição. “Saudamos a referência à herança religiosa da Europa, mas deploramos o facto de que não se tenha podido encontrar um consenso para reconhecer explicitamente que essa herança é assumidamente cristã”, escrevem. Para a COMECE, esta decisão “poderá ser interpretada como uma forma de desprezo pelas convicções de um número importante de cidadãos e mostra que a UE deve interrogar-se sobre a sua herança e identidade”. O texto constitucional é elogiada pela sua clareza, por prever uma “modalidade mais equilibrada para os procedimentos de voto” e por manter o princípio de igualdade entre todos os Estados-membros. Nesse sentido, a COMECE convida os cristãos a “familiarizar-se com o texto” e pede aos responsáveis políticos que se empenhem na divulgação do mesmo, “tendo em vista a sua ratificação”.

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