Bispos da COMECE saúdam novos altos cargos da UE

Com entrada em vigor do Tratado de Lisboa «UE está finalmente preparada para enfrentar os desafios urgentes da próxima década»

Os bispos da COMECE – Comissão dos Episcopados da Comunidade Europeia saudaram a escolha de Herman Van Rompuy para primeiro Presidente do Conselho da Europa, assim como a escolha de Catherine Ashton como alta representante para a política externa da União Europeia. Os dois novos representantes da UE foram escolhidos esta Quinta-feira, em Bruxelas, num encontro de líderes europeus.

Reunidos em Assembleia Plenária de Outono, que terminou esta Sexta-feira, em Bruxelas, os bispos da COMECE esperam que estas duas personalidades “promovam a UE conscientes da vocação história voltada para a paz e para a justiça no mundo inteiro”.

Os dois novos representantes da UE são convidados a desenvolver a sua acção “a favor do bem comum e da dignidade humana”.

Depois da eleição para o Parlamento Europeu, em Junho passado, a criação do novo executivo europeu e da entrada em funcionamento do Tratado de Lisboa, a 1 de Dezembro, a UE “está finalmente preparada para enfrentar os desafios urgentes da próxima década”, consideram da UE.

“Mais do que nunca, a COMECE tenciona acompanhar a UE nesta tarefa baseada no diálogo aberto, transparente e regular que as instituições da UE terão de desenvolver com as Igrejas, baseada no artigo 17 do Tratado de Lisboa”.

D. Adrianus van Luyn, Presidente da COMECE, saudou a entrada em vigor do Tratado de Lisboa. Através do artigo 17, “a UE reconhece a identidade e o contributo específico das Igrejas e irá dar continuidade ao diálogo”.

Os bispos da União enalteceram os frutos da já existente prática de diálogo com as instituições da UE, “que a partir de agora pode ser intensificado”.

A liberdade religiosa é um direito fundamental que a COMECE tem vindo a promover ao longo dos anos. O Conselho da UE adoptou, a 16 de Novembro, uma resolução que reafirma a intenção de “continuar a dar prioridade a estas questões como parte da política de direitos humanos da UE”, especialmente a nível bilateral e multilateral.

Os bispos da COMECE saúdam a eleição da liberdade religiosa como prioridade. Com vista a clarificar o seu conceito e implicação, o secretariado da COMECE irá publicar, nos próximos meses, um contributo para a promoção da liberdade religiosa nas políticas da UE.

Entre os desafios urgentes que esperam a UE até ao final de 2009, os bispos da COMECE apontam a Cimeira de Copenhaga como central. Este encontro, agendado para o início do próximo mês, foi um dos assuntos abordados na Assembleia Plenária de Outono. Os bispos da UE pedem aos líderes europeus para não esquecerem a sua responsabilidade nas negociações da declaração de Copenhaga. A declaração de Copenhaga deveria ubstituir o Protocolo de Quioto e definir uma posição internacional no combate às alterações climáticas. No entanto, na reunião da APEC – Cooperação Económica da Ásia e do Pacífico, os líderes recuaram no entendimento global.

“As alterações climáticas constituem uma ameaça ao futuro da Criação. A UE tem de assumir um compromisso claro e ambiciosos, traçando objectivo para a redução da emissão de gases de efeito de estufa. Mais, a UE deve apoiar os países em vias de desenvolvimento que enfrentam gravemente este fenómeno”, pode ler-se na declaração final da Assembleia plenária de Outono.

Os bispos examinaram ainda a iniciativa do Movimento «Pax Christi» acerca da renegociação do Tratado para a não proliferação de armas nucleares. É pedido à COMECE que acompanhe o processo político da UE com vista a banir totalmente o armamento nuclear.

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Agência ECCLESIA

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