A falta de igrejas é um dos maiores problemas enfrentados pelos católicos da Bielorrússia, revelou o arcebispo de Minsk-Mohilev, D. Tadeusz Kondrusiewicz.
Na capital, Minsk, há apenas quatro templos para mais de 300 mil católicos, e esta escassez é comum a outras cidades. Nos últimos tempos, as autoridades civis permitiram a construção de seis novas igrejas. O problema, afirma o prelado, é saber “onde encontrar dinheiro para construí-las”.
As declarações de D. Tadeusz foram proferidas no âmbito da visita «ad limina» que os bispos da Bielorrússia efectuaram a Roma entre os dias 10 e 14 de Dezembro.
Entre os obstáculos à acção da Igreja encontra-se também a dificuldade de obtenção de vistos para padres estrangeiros.
Igrejas são construídas pelos leigos
O aumento da importância dos leigos constitui um dos traços mais importantes da presença católica na Bielorrússia. “Apesar da necessidade de os formar ainda mais, a situação é diferente em relação há 20 anos”, referiu o prelado.
“Eu digo sempre que as Igrejas são construídas não por sacerdotes, mas pelos leigos e pelos seus filhos”, acrescentou.
D. Tadeusz Kondrusiewicz sublinhou igualmente a presença da Igreja na comunicação social e no mundo académico, bem como as “boas relações com o mundo da cultura e das ciências”.
De uma república soviética à independência
A Bielorrússia declarou a sua independência da então União Soviética no dia 27 de Julho de 1990, obtendo o reconhecimento do seu novo estatuto a 25 de Agosto do ano seguinte. O país tem actualmente 9,6 milhões de habitantes.
Segundo estimativas de 1997, cerca de 80% da população é cristã ortodoxa. Os restantes 20 % distribuem-se entre católicos, protestantes, judeus e muçulmanos.
Durante seis décadas a Igreja não teve hierarquia e muitos dos seus espaços de culto estiveram encerrados. O regresso à normalidade ocorreu há 20 anos, com a nomeação do primeiro bispo.
Em 1990 foi aberto o primeiro seminário, e em 1991 João Paulo II criou três dioceses.
De acordo com uma informação difundida pela agência italiana I.Media em Setembro deste ano, a Bielorrússia será um dos países que Bento XVI visitará em 2010.
«Ad limina» é uma abreviatura de «ad sacra limina Apostolorum» (“aos sagrados túmulos dos Apóstolos”). A expressão designa a visita que os bispos diocesanos devem fazer de cinco em cinco anos a Roma para venerar os sepulcros dos Apóstolos Pedro e Paulo, estar com o Papa e apresentar-lhe o relatório do estado das suas dioceses.
Com Rádio Vaticano