Bispos condenam sinais de morte

A celebração do Natal foi ocasião para que a Igreja Católica em Portugal deixasse apelos em favor da vida humana O Natal celebra o Nascimento de Jesus e é, para a Igreja, a maior celebração da vida. Por isso mesmo, as celebrações destes dias ficaram marcadas por vários apelos em defesa da vida humana e da família, em todas as circunstâncias. O Cardeal-Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, falou do tema na sua mensagem de Natal, na qual Lembrou as crianças sem família, os ex-reclusos, os idosos, os deficientes e os desempregados. Sobre o aborto, o Patriarca disse que “”sejam quais forem os motivos, é sempre negar um lugar a um ser humano”. “Não havia lugar para eles” foi o mote da mensagem, que abordou diversas situações actuais. A exclusão das crianças foi o tema dominante, tendo D. José Policarpo referido os casos de filhos de pais separados “divididos e disputados, sentem que não têm lugar no coração dos pais e das novas famílias”. A mensagem foi, simbolicamente, gravada na Casa do Gaiato do Tojal, desde este ano administrada pelo Patriarcado, para lembrar os meninos que vivem em instituições por não terem parentes que cuidem deles e os eduquem. Excluídos são também os idosos em que se procura dar um lugar “mas não se evita a solidão”. O Cardeal-Patriarca apelou à integração dos ex-reclusos salientando que a atenção a estes é “urgente” sem esquecer os que ficaram desempregados que, sentem “dramaticamente que não há lugar para eles”. “Jesus nasceu em Belém porque não havia lugar para ele na cidade. A quantos O seguem e nos quais Ele infunde o seu espírito, convida-os a lutar contra todas as formas de exclusão na certeza que só o amor, a solidariedade ajudarão a encontrar lugar para aqueles a quem o negaram nem que seja na ternura e no nosso coração”, apelou. O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, D. Jorge Ortiga, falou por seu lado da importância da família na sua homilia de Natal e criticou os “pseudo-sinais de modernidade”, numa alusão ao aborto. “Da parte da Igreja emprestamos a voz aos mais débeis e convidamos a sociedade a reparar em situações inadmissíveis em que muitas famílias apenas sobrevivem”, assinalou. “A família necessita de políticas positivas que proporcionem a todos os seus membros uma vida verdadeiramente humana”, prosseguiu. O Arcebispo de Braga lembrou que “há muitas vidas no limiar do indigno e do escandaloso”, desafiando a sociedade a encarar “os dramas reais e as perplexidades sofridas”. No Porto, o Administrador Apostólico da Diocese, D. João Miranda falou do aborto e de práticas da Idade Média, frisando que o aborto representa uma violação do mandamento “Não matarás”. “Vamos acolher o Menino Jesus em nossos corações e n’Ele amar todas as crianças, mesmo aquelas que não conhecem pai nem mãe. Estamos a regressar ao tempo dos ‘expostos’, dos meninos da Roda dos Mosteiros da Idade Média”, lamentou. Na homilia da Noite de Natal, o prelado disse que se torna necessário “descer à rua e ir ao encontro dos homens onde eles estão, ir sobretudo à procura dos que gritam justiça ou sofrem, no segredo, as pobrezas deste tempo”. Sobre a próxima campanha referendária, este responsável assinalou que “vem aí um período de escolha da vida das crianças por nascer: a vida é o dom mais precioso que temos e ninguém pode dispor da vida própria, muito menos da vida alheia”. “Todas as ‘interrupções’ naturais ou provocadas são actos ‘prematuros’, imaturos, antes do tempo…, são o fim de um processo que devia desaguar na vida”, acrescentou. D. Ilídio Leandro, Bispo de Viseu, lembrou na “Missa do Galo” que “o nascimento de uma criança é sempre um acontecimento importante”. “Uma criança é sempre muito importante para todos, pois ela anuncia e significa valores indispensáveis a todos os homens e a todo o mundo: paz, amor, simplicidade, alegria, verdade, vida”, assinalou. Já no dia 25, este prelado sublinhou que “precisamos de um tipo de Família que seja acolhedora da vida que é gerada, da vida que nasce, da vida que cresce, da vida que envelhece e da vida que morre para este mundo, abrindo-se para a vida nova no mundo novo – a Pátria celeste”. Na Noite de Natal, Bento XVI apelou ao respeito pela dignidade de “todas as crianças”, nascidas e por nascer. “Deus ensina-nos o respeito com as crianças”, disse o Papa na sua homilia, que foi também seguida por milhões de telespectadores em todo o mundo. “A criança de Belém orienta o nosso olhar para todas as crianças que no mundo sofrem e são vítimas de abusos, tanto as que são nascidas como as que estão por nascer”, sublinhou.

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Agência ECCLESIA

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