Hoje de madrugada morreram 26 pessoas nos confrontos entre Exército e população Confirmaram-se neste fim-de-semana as piores previsões dos bispos bolivianos e a intransigência do governo do seu país levou a uma situação de confrontos sangrentos. “É injustificável e inaceitável que se derrame sangue e se provoque luto nas famílias bolivianas”, afirmou D. Jesus Juárez, bispo de El Alto. A Bolívia encontra-se a viver um dos piores momentos das últimas décadas, que já provocou várias dezenas de mortos, numa vaga de confrontos entre Exército e população. Na origem dos protestos – que se centravam sobretudo na cidade de El Alto, a Norte de La Paz – estava a margem de apenas 18% de lucro para o Estado boliviano nas vendas de gás natural a outros países, através do Chile. O Presidente Sanchez de Losada anunciou há pouco ter decidido abandonar todo o projecto de exportação de gás, até que se conclua um processo de diálogo com a sociedade civil, que deverá estar concluído no final deste ano. O bispo de El Alto condenou firmemente os últimos confrontos que na sexta-feira já tinham deixado dois mortos e cerca de vinte feridos. Em referência aos mortos e feridos que foram trasladados a diferentes centros hospitalares, o preladp assinalou que é necessário que se esclareçam os factos e que se «identifiquem os culpados». “Não é preciso recorrer à violência entre bolivianos, quando se pode apelar ao diálogo”, disse D. Juárez ao exortar tanto as autoridades governamentais, como os dirigentes políticos, sindicais e cívicos a depor actividades intransigentes.
