Bruxelas, 14 fev 2014 (Ecclesia) – A Conferência Episcopal Belga mostrou a sua preocupação após a Câmara de Representantes da Bélgica ter aprovado, esta quinta-feira, uma proposta de emenda legislativa para levantar as restrições etárias à eutanásia.
“Os bispos da Bélgica estão muito desiludidos com a aprovação pela Câmara de Representantes da lei relativamente ao alargamento da eutanásia aos menores e deploram a adoção de uma lei que vários peritos consideram inútil e que tem muitas falhas”, refere a nota enviada à Agência ECCLESIA.
A lei que alarga o campo legal da eutanásia a menores atingidos por uma doença incurável, sem fixar uma idade mínima, deverá entrar em vigor nas próximas semanas.
Os responsáveis católicos belgas manifestam “receios” em relação ao futuro do país e repetem os alertas deixados nos últimos meses, em relação a este tema.
Segundo os prelados, defender o “direito de uma criança a pedir a sua própria morte” é ir “longe demais” e implica uma “transgressão da proibição de matar”.
“Os bispos temem que esta nova lei abra as portas a uma próxima extensão às pessoas com deficiência, dementes, aos doentes mentais ou às que estão cansadas de viver e insistem para que tudo seja feito para combater ao máximo a dor e o sofrimento”, acrescenta o comunicado, pedindo ainda apoio para “todos os que acompanham as pessoas doentes e sofredoras”.
Em novembro de 2013, todos os responsáveis religiosos da Bélgica emitiram uma nota contra o alargamento da eutanásia aos menores.
O grão-rabino de Bruxelas, o presidente do executivo dos muçulmanos, o presidente da Conferência Episcopal (Igreja Católica), o exarca do Patriarcado de Constantinopla (Igreja Ortodoxa), o presidente do comité central anglicano e o presidente do sínodo federal protestante e evangélico expressaram-se em conjunto, manifestando “desilusão e tristeza” pela decisão.
Os responsáveis apontam os cuidados paliativos como “a maneira digna de acompanhar uma criança que morre por causa de uma doença”.
“Existem as respostas médicas, fundadas em bases científicas claras, que permitem aliviar até os piores sofrimentos, inclusive os que parecem não responder aos remédios comuns utilizados”, destaca o documento, publicado pelo jornal do Vaticano, ‘L’Osservatore Romano’.
OC