Bispos africanos reúnem-se com líderes europeus

Prelados antecipam avaliação dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio

Altos responsáveis da Igreja Católica em África vão avistar-se com líderes europeus entre 7 e 18 de Setembro para debater o futuro dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM).

A iniciativa, coordenada pelo Simpósio das Conferências Episcopais de África e Madagáscar, inclui encontros a realizar em seis países entre uma comitiva de bispos africanos, acompanhada por peritos, e dirigentes do Velho Continente.

As reuniões têm como objectivo debater a situação em África e redefinir as prioridades ao nível dos esforços que podem ser feitos para combater a pobreza, antecipando a assembleia de avaliação dos ODM que as Nações Unidas organizam em Nova Iorque de 20 a 22 de Setembro

Segundo a CIDSE, plataforma internacional de agências de desenvolvimento católicas, “a Igreja em África, muitas vezes o único actor da sociedade civil capaz de chegar a comunidades remotas, garante serviços na ausência de governos eficazes”.

A delegação do episcopado africano pretende transmitir relatos que reforcem a convicção de que a mudança positiva no continente pode acontecer.

A CIDSE defende que a ponderação destas experiências aquando da tomada de posições políticas é crucial para ultrapassar dificuldades que impedem o desenvolvimento do continente africano.

A comissão inclui os bispos João Silota, de Moçambique, e Louis Portella-Mbuyu, do Congo-Brazzaville, que tem defendido uma maior clareza na gestão das receitas de petróleo como medida essencial para retirar da miséria a população de países ricos em recursos naturais.

A comitiva integra também especialistas da Igreja nas áreas da Justiça, Paz e VIH-SIDA de países como a Nigéria, o Gana e o Benim.

O programa da deslocação prevê um encontro na sede do Parlamento Europeu, em Bruxelas, a 15 de Setembro, entre D. Louis Portella-Mbuyu e o Comissário Europeu para o Mercado Interno, Michel Barnier.

Na reunião vai ser analisada a falta de transparência das indústrias de extracção em África, cujas receitas são mal redistribuídas, privilegiando sobretudo as multinacionais e pequenas elites.

Fundação Evangelização e Culturas / Agência ECCLESIA

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