Apesar de os jornalistas terem ficado à porta da Sala do Sínodo dos Bispos, para que o debate entre os prelados possa ser livre, os comunicadores foram protagonistas das intervenções dos padres sinodais na de Quarta-feira.
Das 18 intervenções feitas na sessão, várias se referiram ao papel dos media na África, reafirmando a intervenção de D. Fulgence Muteba Mugalu, bispo de Kilwa-Kasenga, na República Democrática do Congo, que pediu que os meios de comunicação social se coloquem ao serviço da evangelização e que sejam evangelizados.
Dado que se trata de intervenções livres, para que o debate não seja perturbado, os jornalistas são informados sobre os temas suscitados, mas não sobre o nome dos padres sinodais que os apresentam.
Vários dos bispos afirmaram que os media constituem “o verdadeiro poder, mais que o poder político, pois transmitem modelos de comportamento” que podem ter um “impacto destrutivo sobre a cultura africana”.
É necessário estar preparados para uma utilização crítica dos meios de comunicação e contar com “centros de comunicação social tecnologicamente avançados”.
Um exemplo de informação pouco objectiva, citado várias vezes pelos bispos, foi a visita de Bento XVI à África, pois concentrou-se sobretudo na questão do preservativo na luta contra a SIDA, “com a intervenção dos que realmente têm o poder”.
Os bispos reconhecem que não é fácil ser jornalistas cristãos e, por este motivo, consideram que é necessário preparar adequadamente os comunicadores. Pensam também que faltam pessoas capazes de dar “notícias positivas”, que permitam mudar a imagem da África que é oferecida ao mundo, centrada nas guerras e na miséria.
Neste sentido, sublinharam, é decisivo que os jornalistas saibam “comentar a realidade à luz da doutrina social da Igreja”. Falou-se em particular da Internet, constatando que “a Igreja na África não está presente na rede”.
Para realizar tudo isso, é necessário “investir recursos na comunicação”, pois desta forma a Igreja será capaz de dar mais eficazmente a sua contribuição para a reconciliação e para a paz na África, tema deste sínodo.
111 bispos participam pela primeira vez num sínodo e 46 estiveram presentes no primeiro sínodo africano, convocado por João Paulo II em 1994.
Desta feita, não há grupos linguísticos em italiano e latim, uma novidade absoluta, mas apenas em francês, inglês e português.
Redacção/Zenit