Dois responsáveis da Igreja Católica no Iraque confirmaram esta manhã que o Arcebispo Faraj Rahho continua nas mãos das pessoas que o sequestraram na passada Sexta-feira, à saída da igreja do Espírito Santo, em Mossul (Norte do país). “Os raptores telefonaram por várias vezes pedindo um resgate. Há coisas que não podem ser divulgadas para não colocar em perigo a vida do refém”, disseram à agência italiana SIR o Bispo Shlemon Warduni, de Bagdad, e o Bispo Louis Sako, de Kirkuk. Ambos se mostraram muito marcados pela “trágica morte dos três jovens” que seguiam no automóvel de D. Rahho e que foram abatidos pelos sequestradores. Os seus funerais tiveram lugar no passado Sábado. Quanto ao resgate pedido, D. Warduni diz tratr-se de “uma quantia astronómica”, revelando ainda que não foi possível falar com o Bispo raptado. “A situação é muito delicada”, afirma. Ontem, Bento XVI lançou um apelo pela a libertação do Arcebispo caldeu de Mossul. O mesmo apelo foi deixado pela presidência da UE e por grupos religiosos muçulmanos, que manifestaram a sua solidariedade aos cristãos. “Com profunda tristeza sigo a dramática situação do rapto de D. Paulos Faraj Rahho Arcebispo de Mossul dos Caldeus, no Iraque. Uno-me ao apelo do Patriarca, o Cardeal Emmanuel III Delly, e dos seus colaboradores, para que o querido prelado, aliás em condições de saúde precárias, seja rapidamente libertado”, afirmou o Papa. “Ao mesmo tempo elevo a minha oração de sufrágio pelas almas dos três jovens mortos que no momento do rapto se encontravam com ele. Além disso manifesto a minha proximidade à Igreja inteira no Iraque e em particular à Igreja caldeia, uma vez mais duramente atingida, enquanto encorajo os Pastores e todos os fiéis a serem fortes e sólidos na esperança”, prosseguiu. Bento XVI deixou votos para que se “multipliquem os esforços de todos aqueles que têm responsabilidades na condução do povo iraquiano, para que graças ao empenho e sabedoria de todos, encontre de novo paz e segurança e não lhe seja negado o futuro a que tem direito”. Logo no dia do rapto, o Papa mostrava-se “triste depois deste acto execrável que atinge toda a Igreja no país e em particular a Igreja caldeia”, manifestando a sua proximidade “a toda a comunidade cristã, bem como às famílias das vítimas”.