Bispo raptado no Iraque

Foi raptado esta Sexta-feira o Bispo caldeu de Mossul, no Iraque, D. Faraj Rahho. Segundo a agência católica AsiaNews, três pessoas que com ele seguiam num automóvel foram assassinadas. A informação foi avançada pelo Bispo de Arbil, D. Rabban al Qas, o qual adiantou que os raptores já estabeleceram um contacto e apresentaram as suas exigências para a libertação de D. Rahho. O Bispo caldeu de Mossul “está nas mãos de terroristas, mas não sabemos em que condições”, revela D. Rabban al Qas. Em Junho de 2007, um padre e três diáconos foram assassinados em Mossul. Na mesma cidade, em Janeiro de 2005, fora sequestrado o arcebispo da comunidade siro-católica, D. Basile Georges Casmoussa. Os cristãos são alvo dos sunitas e dos xiitas, vítimas de atentados, de sequestros, de pressão para que abandonem os seus lares e da cobrança ilegal do tradicional imposto que os governantes muçulmanos arrecadavam aos seus súbditos não-muçulmanos. A comunidade caldeia reza na mesma língua que Jesus falava, o aramaico, e sobrevive há 2 mil anos sem nunca ter tido um rei ou um império cristão no território. Vivem no país antes de Maomé e falam a língua local, mas a recente hostilidade de grupos muçulmanos armados desencadeada com a invasão norte-americana já reduziu o número de cristãos para cerca de metade. Estes cristãos representam umas das mais antigas comunidades do Oriente, remontando ao século II. A chamada Igreja Assíria do Oriente, obteve a autonomia no concílio de Markbata, em 492, com a possibilidade de eleger um Patriarca com o título de “Católico”. Em 1830 o Papa Pio VIII nomeou o “Patriarca da Babilónia dos Caldeus” como chefe de todos os católicos caldeus. A sede deste Patriarcado era Mossul, no norte do Iraque, e seria transferida para Bagdad em 1950, após a II Guerra Mundial. O rito Caldeu é um dos 5 principais ritos do cristianismo oriental e desenvolveu-se entre os séculos IV e VII, antes da conquista árabe. A denominação de “caldeu” prevalece no Ocidente desde o séc. XVII, embora os habitantes da região prefiram a designação “siro-oriental”.

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Agência ECCLESIA

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