D. Manuel Linda elege os jovens e os frágeis como prioridades
Lisboa, 14 abr 2018 (Ecclesia) – O bispo do Porto disse à Agência ECCLESIA que sabe o “peso” dos bispos do Porto, o qual vai tentar “não desmerecer”, quer “caminhar com as pessoas” e elege os jovens e frágeis como prioridades para o trabalho episcopal.
“Eu sei do peso dos bispos do Porto até este momento, até antes de mim, no todo nacional”, afirmou D. Manuel Linda, acrescentando que a sua preocupação não será “continuar esse peso institucional”, mas “caminhar com as pessoas”.
“Tentarei não desmerecer os meus antecessores”, referiu, sublinhando que “todos os bispos do Porto do século XX foram referências nacionais e até internacionais”.
Na sua mensagem à Diocese do Porto por ocasião da sua nomeação pelo Papa Francisco, D. Manuel Linda disse que deseja continuar a determinação de D. António Ferreira Gomes, o zelo de D. Júlio Tavares Rebimbas, a perspicácia de D. Armindo Lopes Coelho, a lucidez intelectual de D. Manuel Clemente e a afetividade pura de D. António Francisco dos Santos.
“Se colher uma parte mínima de todas estas dimensões já terei alguma capacidade para me situar e ser fiel aos meus antecessores”, sublinhou em entrevista à Agência ECCLESIA realizada no contexto da sua entrada na Diocese do Porto.
Sucessor de D. Francisco dos Santos, falecido inesperadamente a 11 de setembro de 2017, D. Manuel Linda disse que “não há cópias”, mas que a sua maneira de atuar vai seguir a “sensibilidade que ele [D. António Francisco dos Santos, ndr] mostrou e passou para a sociedade”, procurando a “relação com os leigos, com o clero e com as autoridades”, na “simplicidade”.
“Não estou aqui para ditar normas, mas para caminhar e estar com as pessoas”, sublinhou.
D. Manuel Linda referiu que deseja “uma proximidade afetiva às pessoas concretas”, particularmente “aos mais débeis, aos velhinhos e doentes e às crianças”.
Para o bispo do Porto o trabalho social da Igreja Católica não se deve concretizar mediante a disponibilidade orçamental que resulta de protocolos com o Estado, mas porque “há pessoas que precisam”.
“A prioridade é descobrirmos a contínua novidade que a situação nos obriga. Que pode não ser sempre o mesmo modelo, o mesmo infantário, o mesmo lar de terceira idade. Pode haver necessidade de outros sectores”, sustentou.
“Ao longo da história inventamos formas inovadoras de estar presente junto das carências das pessoas”, acrescentou D. Manuel Linda.
O bispo do Porto referiu também que “a relação com os jovens” é uma das suas prioridades e deseja ouvir os jovens não crentes.
“Se fosse possível, eu gostava de me encontrar de forma informal com assembleias de jovens que se opõem à fé, escutá-los. Se calhar tenho pouco a dizer-lhes, mas gostava de ouvir a sua perspetiva”, adiantou o bispo do Porto.
D. Manuel Linda, até agora responsável pelo Ordinariato Castrense, foi nomeado bispo do Porto pelo Papa Francisco, no último dia 15 de março, para suceder a D. António Francisco dos Santos.
A entrada solene na diocese nortenha acontece este domingo, pelas 16h00, no dia em que D. Manuel Linda completa 62 anos de idade.
A entrevista a D. Manuel Linda é emitida no programa 70×7 deste domingo, às 13h40 na RTP”, e está publicada integralmente na edição especial publicada pela Agência ECCLESIA em www.agencia.ecclesia.pt/bispodoporto.
PR