Crise provocada pela pedofilia «deve ser reduzida às suas devidas proporções»
D. Manuel Clemente realçou esta Sexta-feira, dia em Bento XVI faz 83 anos, que “é invulgar a lucidez e a persistência com que o Papa enfrenta os problemas da Igreja e leva para a frente a sua resolução”.
“Para nós, é muito estimulante a atitude dele [face à pedofilia]. Acho que é muito correcta esta maneira lúcida e forte de levar por diante a resolução dos casos”, afirmou o bispo do Porto na sequência de uma sessão em que 83 crianças cantaram os parabéns ao Papa.
No entender do presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, a reacção da Igreja é “um bom exemplo de uma instituição que é capaz de encarar os problemas e de resolvê-los, o que é sempre bom e salutar”.
Em resposta às perguntas colocadas pelos jornalistas no Paço Episcopal do Porto, o prelado considerou que a actual crise da Igreja não é, “de maneira nenhuma” a pior da sua história e que ela “deve ser reduzida às suas devidas proporções”
Questionado sobre a perda de fiéis em resultado dos casos de pedofilia, D. Manuel Clemente admitiu que “quando se propalam notícias ou informações negativas acerca de uma instituição, isso reflecte-se sempre negativamente”.
“O mal é quando nós adormecemos. Por isso, acordar para os problemas e resolvê-los já é o princípio da solução”, disse o bispo do Porto, reconhecendo que “um só [caso de abusos sexuais de menores] já seria mau”.