D. Manuel Clemente inaugurou I Congresso de História da Santa Casa da Misericórdia local D. Manuel Clemente defendeu esta Quinta-feira que o Estado não deve esgotar "a iniciativa e a liberdade de intervenção dos grupos e instituições presentes na sociedade".
Na conferência inaugural do I Congresso de História da Santa Casa da Misericórdia do Porto, o Bispo da Diocese sublinhou que "os católicos e as suas associações vivem em sociedades políticas que compartilham com outros cidadãos, no pluralismo existente".
"Nessas sociedades políticas gerais em que responsavelmente se inserem, o Estado, enquanto administração pública, é o primeiro zelador do bem comum", acrescentando que o deverá fazer "respeitando e potenciando" esses grupos e instituições, "segundo a natureza própria de cada um".
D. Manuel Clemente considera que "nisto consiste a subsidiariedade, verdadeiro sintoma da salubridade da vida social e política e indispensável estímulo da cidadania livre e responsável".
Neste contexto, a Igreja Católica "tem-se revelado um campo fertilíssimo de espontaneidade caritativa, com as Misericórdias na primeira linha".
O Bispo do Porto passou em revista a história da Santa Casa da Misericórdia desta cidade, com 510 anos, esclarecendo ainda que "quando se diz que as Misericórdias são de origem realidades eclesiais, no espírito e na forma, refere-se a Igreja como o meio comum de todos que ela então era em Portugal".
"Este âmbito total e eclesial da acção das Misericórdias manifestou-se em muito bem-fazer e em muito bem-rezar. Basta reparar como tanto património edificado, pintado ou modelado e esculpido nasceu e se conserva nas nossas «igrejas da Misericórdia»; quanta tradição de piedade cristã nelas se avivou e ainda hoje se oferece", apontou D. Manuel Clemente.