D. Manuel Clemente pede trabalho em rede e colaboração com os leigos, destacando realizações da «Missão 2010»
D. Manuel Clemente, Bispo do Porto, escreveu uma carta aos padres da Diocese, pedindo mudanças face a um cenário de “iniludível escassez numérica de presbíteros”.
Numa mensagem de Quaresma, assinada ainda pelo Conselho Episcopal, o Bispo de Porto sublinha as dificuldades derivadas de haver apenas “pouco mais de três centenas de sacerdotes” – muitos deles de idade avançada e vários com problemas de saúde – para 477 paróquias.
“É fácil concluir como é notável e imprescindível a continuação «no activo» de um considerável número de sacerdotes octogenários e até nonagenários”, aponta D. Manuel Clemente, alertando que a elevada média etária dos actuais sacerdotes fará com que muitas paróquias sejam confiadas aos párocos vizinhos.
A mensagem revela que nos últimos três anos só foram ordenados quatro padres para a Diocese, que deixou de contar com o triplo desse número, por morte, doença ou outras causas.
Neste contexto, o Bispo do Porto pede aos padres que tenham em conta “a disponibilidade e a imprescindível colaboração dos vossos leigos” e que “a vida pastoral será cada vez mais inter-paroquial, exigindo um maior trabalho «em rede»”.
Para D. Manuel Clemente, é fundamental “criar um outro tipo de implantação pastoral, mais conjugado entre ministros ordenados, consagrados/as e leigos”.
A mensagem dedica ainda uma atenção particular à “Missão 2010” que decorre na Diocese, afirmando que a iniciativa “tem suscitado em geral grande empenhamento criativo por parte de pastores e comunidades”.
O Bispo do Porto recorda que até Dezembro, haverá sempre um motivo mensal, algumas “acções de referência” a cargo dos Secretariados Diocesanos e “sobretudo o empenhamento criativo das comunidades locais no mesmo sentido”.
D. Manuel Clemente convida todos a “animarmos e acompanharmos as nossas comunidades” num momento de crise que “dificulta a realização pessoal, familiar, e profissional de muitos concidadãos nossos, exigindo-nos a atenção e o acompanhamento solidário”.