D. Manuel Clemente assinalou os 40 anos da «Voz Portucalense» pedindo que a dimensão católica marque a diferença na abordagem dos acontecimentos
O Bispo do Porto, D. Manuel Clemente, pediu à comunicação social de inspiração cristã que promova a “narrativa de casos concretos e animadores, das análises onde não falte, em doses iguais, tanto a lucidez como a boa vontade”.
“Sabemos como na comunicação social vigora frequentemente a dramatização das situações, como se apenas em contraste e a traço grosso se pudessem cativar atenções e publicidades… Sabemos como para muitos trabalhadores dos media esta «lei» é pesada e abusiva”, lamentou, na celebração que assinalou os 40 anos do semanário diocesano, “Voz Portucalense”.
D. Manuel Clemente falou ainda do “jornalista cristão”, pedindo que seja “particularmente rigoroso, sobretudo quando urge dignificar as instituições públicas e sociais e promover tudo quanto aponte para o acrescentamento do bem comum, ainda que com debilidades e percalços”.
Longe de alimentar alarmismos ou escândalos, e obviamente respeitadas as exigências da justiça e da segurança de terceiros, manterá habitualmente uma atitude pedagógica e serena, que respeite a verdade das coisas e active uma pedagogia integral, consciente de que cada pessoa vale muito mais do que os seus êxitos ou fracassos, dizendo-se o mesmo das instituições”, indicou.
Neste contexto, o prelado falou da “Igreja comunicante e comunicadora”. “Comunicante dentro de si mesma, como os diferentes órgãos dum só corpo, pois só no conjunto cada um se realiza, em mútua doação de carismas e serviços. Comunicadora para o mundo, como corpo vivo e expansivo, no imparável dinamismo do Espírito de Cristo”, precisou na homilia da Missa que decorreu na Sé do Porto.
Falando sobre o semanário diocesano, cuja denominação anterior era “Voz do Pastor”, D. Manuel Clemente indicou que “de ambas as qualificações tem dado bom exemplo o nosso semanário diocesano”.
“Não faltam notícias sobre o serviço episcopal do Porto, actualmente exercido por quatro Bispos, como não faltam notícias das várias realidades eclesiais da Diocese, bem como das outras Dioceses”, recordou.
“A Voz Portucalense acolhe a realidade social que a envolve e a que se destina, quer sublinhando acontecimentos quer partilhando com ela a perspectiva evangélica das coisas, à melhor luz do Concílio Vaticano II”, assegurou o Bispo do Porto.
Para este responsável, o semanário diocesano “continua a sua tradição primeva, sempre acalentada pelos prelados que a fundaram e mantiveram, de estar atenta e disponível para tudo quanto acrescente a humanidade em saber, solidariedade e beleza”.