D. Manuel Clemente diz que a interpelação da fé é uma novidade permanente
D. Manuel Clemente alertou para a rejeição e condenação injusta da Igreja, frisando que a fé é uma novidade que permanece para lá do presente.
“Se o próprio Cristo, coerência absoluta que era, se viu acusado e condenado injustamente”, disse o Bispo do Porto na homilia de Domingo de Páscoa, “quanto mais não seremos rejeitados nós hoje se, mesmo falando dele, o encobrimos com as nossas sombras”.
“Daí a urgência de nos abrirmos à luz do ressuscitado, para que nos ressuscite também”, acrescentou.
D. Manuel Clemente alertou ainda para a mentalidade e sensibilidade actuais, “muito ciosas da chamada liberdade individual”, que provocam “rejeição” e, em casos de “má consciência ou remorso”, tentam “destruir a fonte da interpelação”.
Este responsável indicou que “a Bíblia inteira – e muito especialmente o que na vida de Jesus culmina ou desponta – é um hoje definitivo, que não cansa ouvir, nem se esgota no que oferece”.
“Outras palavras, mesmo da última semana, que nos tenham alegrado ou entristecido, já passaram. Outros acontecimentos, na selecção mediática com que tenham sido apresentados ou na vivência pessoal em que nos tenham atingido, sucederam-se também”, constatou.
Para o Bispo do Porto, mesmo quando estes acontecimentos “deixem lastro e pontos necessariamente a rever, foram de ontem, de anteontem, de outro tempo já”.
O prelado convidou os fiéis a reproduzir nas suas vidas “as aparições do Ressuscitado, cuja presença se oferece agora ao mundo inteiro”.
“Nas vossas casas, nos vossos trabalhos e repousos, nos vossos familiares e em todos de quem vos aproximardes, Ele estará. Nas vossas comunidades cristãs, nos vossos momentos de recolhimento e oração, Ele estará”, disse o Bispo do Porto, recordando a fé na ressurreição de Jesus.
A este respeito, D. Manuel Clemente aludiu à Missão 2010, na Diocese, e pediu alegria para “a estimulante visita do tão lúcido e corajoso Sucessor de Pedro, o Papa Bento XVI”.