Bispo do Funchal condena aborto e «sociedade em decadência»

O Bispo do Funchal considerou que, perante o próximo referendo ao aborto, a sociedade portuguesa se encontra «numa circunstância «dolorosa e difícil», reflexo da modernidade e do laicismo doentio por que atravessa a nossa dita civilização ocidental. Partindo da Liturgia da Palavra que narra a intervenção de Deus para que duas mulheres estéreis concebessem filhos que logo tiveram missões destacadas na salvação do seu povo, D. Teodoro de Faria dissertou sobre o direito e a defesa da Vida. «Os nossos tempos são moralmente de decadência, uma grande decadência. De modo especial os países ricos, os países chamados desenvolvidos, países chamados democráticos, querem ter poder na terra e no Céu. Quanto ao Céu, fecharam. Querem viver como se Deus não existisse. Nós é que somos os deuses, nós é que fazemos a nossa moral, nós é que fazemos as nossas leis», ocupando «o lugar de Deus», tendo, como Deus, um poder sobre a vida: «decidir quem deve viver e quem deve morrer». Para o Bispo, «o primeiro dever dum Estado é proteger a Vida, a vida dos cidadãos, porque o primeiro direito fundamental é viver – e o Estado que não protege a vida dos seus cidadãos deixa de ser um Estado – porque todos os direitos vêm depois deste, pois os direitos humanos começam todos pelo direito à vida. Agora os Estados modernos querem ter não só a defesa da vida, mas ter o direito de dizer: tu podes nascer, e tu não podes nascer». Esta é questão posta aos portugueses, no 11 de Fevereiro, esclarece o Bispo: «Se a mulher vai ter poder sobre a vida do filho que está no seu seio, – isto é, o poder que só Deus tem sobre a vida e sobre a morte, quer-se dar agora a uma mulher, principalmente a uma mulher fragilizada», que além de guardá-lo no seio e proporcionar-lhe alimento, nada mais pode fazer por ele, nem sequer mudar-lhe a cor dos olhos». D. Teodoro de Faria chamou a atenção para o facto da questão ultrapassar o religioso, também desconhecido na religião muçulmana e na hindu, que não mata nem para comer. Por isso mesmo, exortou os cristãos a pedirem aquela força interior necessária para defender a Vida no 11 de Fevereiro, Dia de Nossa Senhora de Lourdes, em que a Virgem Mãe apareceu a Bernardete, e a Igreja celebra o Dia do Doente, como demonstração do valor que tem a vida.

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