A vivência do Reino de Deus não se assemelha aos reinados humanos, nem está limitada no tempo. “É uma proposta que a Igreja deve anunciar e proclamar sempre, e que se define pelos valores eternos do Evangelho, como a verdade, a santidade, a graça e a justiça”, sublinhou o Bispo do Funchal na homilia da Festa de Cristo Rei, ontem, junto ao Monumento no Garajau. “Lamentamos as injustiças, a violência, a mentira, a corrupção, a pobreza, e tantas coisas; mas, não interessa ficar só a lamentar; é preciso implantar os valores de há dois mil anos, através do nosso contributo, do nosso compromisso e testemunho, para que as organizações e instituições humanas ganhem também estes mesmos valores, e se transformem em Reino de Deus”, considerou. “Temos que sentir esta interpelação. Ser associado do reinado de Cristo é comprometer-se com alguma coisa de bom como proposta; ouve quem ouve, acolhe quem acolhe, segue quem segue, a responsabilidade é de cada um, mas não podemos calar os valores que temos para anunciar”. O dia de Cristo Rei, por outro lado, ficou conhecido no passado como o “dia do apostolado, do envio, da acção católica, como festa do compromisso; gostaria que se mantivesse esta dimensão aqui, na nossa diocese, com esforço, dedicação e entrega”. A este propósito, Dom António Carrilho lembrou a “mensagem de vida” dirigida à diocese no passado sábado, por ocasião da jornada do apostolado dos leigos. Uma referência especial em que se apela à “corresponsabilidade e comunhão, ao serviço de toda a Igreja”. A concelebração eucarística de ontem, no Garajau, contou com sacerdotes de várias paróquias e alguns seminaristas; os cânticos alusivos à liturgia foram orientados por um grupo de jovens do Caniço.
