D. Lúcio Andrice, Bispo de Xai-Xai, em Moçambique, pronunciou-se contra a “escravidão” a que são sujeitos milhares de homens que emigram no Verão para trabalharem nas grandes plantações na Africa do Sul, mas regressam a casa, após seis ou sete meses de trabalho irregular duro, sem ordenado e sem documentos. “As pessoas falam-me deste problema e alguns departamentos no interior da Igreja, seguem o fenómeno com atenção. Queremos ser a voz dos nossos compatriotas, porém até agora não encontrámos muita sensibilidade nem da parte do governo, nem dos media, nem dos bispos da África do Sul, aos quais assinalámos o problema”, refere o prelado. Outro fenómeno assinalado pelo Bispo moçambicano de Xai-Xai são as deslocações de cidade para cidade, no interior de Moçambique, dos chefes de família, homens que nos períodos de seca vão à procura de trabalho. Na sua opinião, para todos estes problemas, ligados às migrações, “a Igreja deve trabalhar sobre a consciência das pessoas, para que não seja aceite a nova escravidão do trabalho sem ordenado”.
