Bispo de Vila Real defende harmonização da Escola com os outros parceiros educativos

D. Joaquim Gonçalves, Bispo de Vila Real, considera essencial a “harmonização da Escola com os outros parceiros educativos”, sublinhando que as falhas neste campo estão “na base de muitas queixas e críticas e de muita desorientação”. “A missão de educar incumbe às famílias, às igrejas e ao Estado a títulos distintos. É preciso recordar sempre que o dever e o direito de educar os filhos pertence originariamente à família, direito e dever que ela nunca pode alienar nas outras instâncias”, refere o prelado, na crónica que semanalmente assina no jornal A Voz de Trás-os-Montes. Segundo este responsável, “educar não se confunde com instruir, ainda que a educação inclua sempre alguma instrução”. “A educação integral inclui sempre valores religiosos. A educação empenha a pessoa toda do educando, a ciência e a consciência, e requer um clima de afectividade; a instrução limita-se aos conhecimentos, é obra da inteligência”, aponta. O Bispo de Vila Real lembra que se levantam “problemas éticos na aplicação às situações novas” e admite que “nem todos os pais poderão desempenhar a tarefa educativa no encontro da ciência com a consciência”, “Por isso, aos pais pertence o direito fundamental de escolher as escolas que ministrem a instrução científica aos seus filhos e aí prolonguem o trabalho de educação fundamental que receberam em família, mormente os valores religiosos”, assinala. Para D. Joaquim Gonçalves, “também a Igreja e outras confissões religiosas têm o direito e dever de educar as crianças e os jovens que os pais lhes confiaram e, consequentemente, o direito de possuir escolas para desempenhar a sua missão”. “Finalmente, ao Estado cabe a tarefa de proporcionar aos cidadãos a instrução científica e técnica necessárias para o exercício da cidadania. E ao Estado cabe educar? Sim, naquelas áreas que pertencem ao exercício da cidadania, mas não ditar valores religiosos ou morais que deles derivem”, acrescenta. O Bispo de Vila Real deixa críticas ao Governo português, lembrando que “o Estado aceitou fazer com a Igreja um acordo ou Concordata em 2004, documento de direito internacional que obriga as duas partes, e furta-se agora a fazer a regulamentação indispensável para pôr em prática as normas gerais daquele acordo”.

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