Bispo de Viana quer reconciliação com celebração renovada

O Bispo de Viana do Castelo lançou este Domingo um desafio à diocese para que esta se empenhe na «renovação da celebração do sacramento da reconciliação». D. José Pedreira falava na celebração de encerramento do XXXI Encontro Diocesano de Pastoral Litúrgica que decorreu, este fim-de-semana, em Darque, integralmente dedicado à reflexão sobre este sacramento que «perdeu afeição dos fiéis». Esta perda de influência na vida dos cristãos deve-se muito à própria Igreja e aos seus ministros, como sublinhou ontem o padre jesuíta Dário Pedroso ao analisar as causas desta “crise”. Mas, D. José Pedreira está confiante que iniciativas como esta tornam os diocesanos «mais capazes de viver de outra forma a palavra de Deus» e que a partir daí dêem ao sacramento o «lugar privilegiado» que este deve ter na vida de fé. Este é um trabalho de «todos os penitentes», do bispo aos fiéis leigos, e implica reaprender o caminho que «aproxima do Senhor e do Seu perdão». O prelado desafiou os sacerdotes – que participaram na celebração em número razoável – a reflectirem sobre a forma como tratam o sacramento e que disponibilidade têm para a sua celebração, que deve ser «sinal visível do perdão», reforçando que o sacramento é vital para a «purificação do coração». O jesuíta Dário Pedroso rejeitou que haja “crise” do sacramento, porque «Deus não está em crise», mas o espelho deste são os confessores e esses, sim, estão em crise. Durante a sua intervenção salientou que este é um «sacramento subaproveitado» insistindo que «os sacerdotes não têm tempo [para se sentar a atender os fiéis] talvez porque se confessem pouco». Dário Pedroso enfatizou o «estímulo» que o sacramento da reconciliação na «luta contra o pecado» e a sua ajuda para o crescimento «na oração e na vida interior». Entre algumas “medidas” que preconizou para superar a propalada crise, disse que uma atitude simples seria nas comunidades paroquiais haver um «horário de atendimento de confissão». D. António Couto, numa visão bíblica do sacramento do perdão, começou por sublinhar que este é oferecido por Deus mesmo antes do homem lho pedir. Filhos de um Deus das Misericórdias e dos perdões, aos fiéis compete aperceberem-se do «imenso perdão de Deus» e ajustar a vida em conformidade. Numa intervenção centrada no Evangelho de Mateus, aquele que contém «maior carga de perdão», talvez pela experiência vivida pelo publicano, o Bispo Auxiliar de Braga frisou que «é o perdão que recria as pessoas, que as faz viver de novo». O perdão, referiu, é um bem que Deus colocou nas mãos dos homens e que urge saber administrar bem, porque a cada um dos baptizados Deus confiou o encargo de se reconciliar com todos aqueles que se sabem estar zangados com ele. Cada baptizado não pode ficar parado e de braços cruzados, mas tem de agir, numa lógica distinta porque é a d’Aquele que «vê por dentro».

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Agência ECCLESIA

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