Bispo de Viana quer padres mentores de uma cultura de esperança

Na situação actual do panorama económico e social do mundo e da sociedade portuguesa, a missão de presbíteros requer que sejam «mentores e orientadores de uma “cultura de esperança, de aliança e de perdão”», defendeu ontem D. José Pedreira, a comemorar os 25 anos de ordenação episcopal, durante a Missa Crismal na qual participou a maioria do clero da diocese de Viana do Castelo, a quem se associou D. Abílio Rodas, natural da diocese e Bispo Emérito de S. Tomé e Príncipe. O Bispo assinalou que as pessoas apesar de aparentemente satisfeitas em viver como se Deus não existisse, «revelam uma mente e um coração dominados por múltiplos temores e em que transparece o vazio de sentido da própria vida» e essa é a razão principal para aderirem «às formas mais brutais e desumanas de atentados à vida humana». Por não querer ver os seus padre fora da cultura actual é que os desafia a estarem ao seu serviço «em aliança de purificação» porque «discordamos, mas não a condenamos» dai esta missão de «abrir caminhos de aliança, de perdão e de conversão». Neste contexto, analisa o Bispo, um dos principais problemas ou inquietações tem a ver com o modo ou forma de «concretizar um autêntico projecto pastoral» que envolva a entrega total do ministério sacerdotal ao serviço da salvação do mundo. Para responder a este tempo, defende D. José Pedreira é necessário passar de uma imagem de Igreja em que domina o binómio “hierarquia-laicado” para o binómio “comunidade-ministérios”, no qual a Igreja, comunidade de baptizados, «aparece como realidade englobante». No quadro desta “nova” realidade eclesial o ministério presbiteral apresenta-se como «serviço de discernimento e de coordenação dos carismas ou dons» concedidos pelo Espírito à sua Igreja dando «expressão (visibilidade) a uma Igreja dinâmica». «Uma paróquia de mera manutenção de sacramentos, onde não despontam movimentos e associações de fiéis comprometidos, a quem se confiam serviços e tarefas, não será evangelizadora, missionária, povo enviado a irradiar a boa nova de Cristo», advertiu o Bispo de Viana. D. José Pedreira disse aos padres do seu presbitério que é necessário que se questionem sobre o pensa acerca deles o povo de Deus, em ordem a «um sadio desempenho da missão sacerdotal». Há, hoje, um laicado que pede ao padre que seja «farol de esperança», que «exerça o ministério de intercessor pelo povo diante de Deus» e que seja capaz de diálogo aberto com os fiéis». Pede aos sacerdotes, prosseguiu o Prelado, que sejam homens livres para dizerem «a verdade contida na Palavra revelada» e que vivam em «coerência de vida alegre e feliz, assumindo um papel de companheiro crente e amigo» junto de todos e em particular das famílias cristãs que são o «laboratório de igreja doméstica». No meio familiar, o padre «semeia gestos de humanidade, perdão, fidelidade, esperança, consolação espiritual» e espera receber «acolhimento e amizade sadia». O Bispo Diocesano quer que o padres que sejam «homens de Deus, configurados com Cristo, Cabeça e Pastor, e santificados pelo dinamismo do Espírito» por isso pediu-lhes «atenção especial» à sua vida espiritual. A vida espiritual do padre, explicou, desenvolve-se através do exercício do ministério, com consciência livre e responsável, na obediência apostólica, comunitária e pastoral, em celibato fecundo e pobreza evangélica. O ministério ordenado encontra plena expressão e realização na Eucaristia que é o «cume e a fonte» da inteira existência presbiteral. É esta experiência que permite ao padre ser “perito nas coisas de Deus, rico de sabedoria espiritual”, capaz de discernir, na trama da história e na complexidade do coração de cada um, «as marcas da presença divina». Esta missão, concluiu D. José Pedreira, exige «atitude contemplativa, acolhedora no silêncio, grata e generosa na resposta». A festa de comunhão do Bispo com o seu presbitério, mais forte nesta festa jubilar, prosseguiu com um almoço durante o qual os sacerdotes presentearam o seu Pastor e cantaram os “parabéns”. Sacerdotes em Bodas de Ouro de ministério – Padre Agostinho José Caldas Afonso – pároco de Pias, Taias e Barroças, e Abedim, em Monção. – Padre António Augusto Meira Araújo dos Santos – residente na Casa Sacerdotal. – Padre António Morgado Santa Maria – párocode Couto e Ázere, nos Arcos de Valdevez. – Padre José Alberto de Sousa – pároco de Paderne, em Melgaço. – Padre José do Egipto Vieira da Costa Ribeiro – residente na Casa Sacerdotal. – Padre José Gonçalves Rodrigues – Residente na sua casa, em Viana do Castelo. – Mons. José Maria da Costa Reis Ribeiro – Chanceler da Cúria e jornalista e capelão da Caridade. – Padre Manuel Gomes Dias – Residente na sua casa, em Ponte do Lima. – Padre Manuel dos Santos Reis Lima – Arquidiocese de Braga, a residir na sua casa, em Alvarães -Padre José Correia Vilar – pároco da Correlhã, Director da Escola Superior de Teologia e Ciências Humanas e Professor – é o único sacerdote da diocese a celebrar 25 anos de ordenação presbiteral

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