Bispo de Viana lembra dificuldades dos casais jovens

O Bispo de Viana do Castelo lembrou as dificuldades sentidas pelos casais jovens, pelas crianças nascidas de famílias monoparentais ou vítimas de lares desfeitos, e também pelas pessoas viúvas ou divorciadas, durante a missa do Dia Diocesano da Família. As dificuldades dos casais jovens devem-se «à dispersão geográfica do local de trabalho, à dedicação absorvente aos meios materiais de sobrevivência e às pressões sociais de rentabilidade no trabalho a que estão sujeitos em virtude da lei da concorrência na preservação do emprego». «As novas condições de trabalho, numa sociedade em permanente transformação, criam acrescidas dificuldades na vivência do amor mútuo, perseverante e fiel, no projecto da desejada concepção dos filhos, no acompanhamento do seu desenvolvimento e educação», disse também D. José Pedreira, que exortou os cristãos do Alto Minho a desenvolver «todos os esforços para atender as crianças nascidas de famílias monoparentais ou vítimas de lares desfeitos», tornando-se «filhos órfãos de pais vivos». O Bispo de Viana pediu ainda «atenção aos esposos que perderam um membro do casal, sendo colocados abruptamente numa situação nova de vida para a qual nunca se tinham preparado – a viuvez». D. José Pedreira não esqueceu a situação dos casais em ruptura, para os quais a diocese de Viana do Castelo criou um gabinete de apoio, ou das mulheres e homens entretanto divorciados – ou seja, «cuja ruptura do projecto conjugal e familiar já está consumado». A pensar nestes casos, o prelado anunciou que acaba de ser traduzido para português um livro sobre quatro associações de índole cristã existentes em França vocacionadas para apoio a pessoas que lutam por superar o trauma do divórcio. D. José Pedreira, antes de indicar o título do livro (“A Igreja e os divorciados recasados – um novo olhar”, publicado pela Gráfica de Coimbra 2), chamou a atenção para os nomes «sugestivos» das associações: “Renascimento”, “Caná-Esperança”, “Comunhão Nossa Senhora da Aliança” e “Cristãos divorciados, caminhos de esperança”. O que se espera do Estado, da sociedade e da Igreja Na missa em que foi entregue uma lembrança a 27 casais que, em 2008, celebram 25 e 50 anos de matrimónio (14 casaram há 50 anos), D. José Pedreira reconheceu que a Igreja do Alto Minho «sente a necessidade» de reflectir sobre a realidade que envolve a família nos dias de hoje, «não só enquanto célula fundamental da sociedade civil, mas também como elemento fundamental na vida da Igreja». «Enquanto vinculada a sociedade civil – disse o Bispo de Viana –, aos órgãos de decisão legislativa na feitura das leis, cabe adquirir um conhecimento alargado da realidade que envolve e condiciona a acção da família, para contribuírem positivamente em preservar ou criar as melhores condições para que a comunidade familiar possa cumprir a nobre e inalienável missão que lhe cabe desempenhar». «Estamos a falar – explicou – de condições materiais, económicas e de trabalho, habitação e apoios sociais, que garantam os meios necessários para a vivência do amor mútuo dos esposos, do serviço à vida nos filhos que geram, no apoio aos idosos que deles dependem». E também, acrescentou, de «criar condições para o exercício do direito/obrigação primário dos pais na missão educativa dos filhos, na escolha livre do teor educativo que pretendem transmitir-lhes, com relevância particular na colaboração que a família espera, e a que tem direito, na formação e desenvolvimento pleno e harmónico das suas capacidades daqueles a quem transmitiram a vida». Referindo-se à família enquanto instituição eclesial, o Bispo de Viana realçou que quem avança para o casamento «deve conhecer o plano divino que preside à sua existência, adquirir a indispensável formação catequética para assumir conscientemente a responsabilidade de criar uma nova família, conhecer e utilizar os meios naturais e sobrenaturais que permitam viver esta comunhão de amor», aceitando também, «com fidelidade e perseverança, as responsabilidades decorrentes dessa união ou pacto contraído de pessoas e bens». A celebração do Dia Diocesano da Família em Viana do Castelo, que decorreu no Centro Pastoral Paulo VI, em Darque, incluiu uma breve reflexão, logo após o almoço, bem como as intervenções do casal presidente (Maria Adelaide e José Luís Carvalhido) e do assistente (padre Miguel Moura) do Secretariado da Pastoral Familiar. A reflexão foi orientada pelo Prof. Manuel Domingos, ligado à APPACDM vianense, que convidou os casais a indicar três prioridades a contemplar no próximo ano pastoral na área da pastoral familiar. Divididos por grupos, os participantes nesta jornada diocesana foram também desafiados a apresentar para cada uma das prioridades três acções a desenvolver pela Igreja do Alto Minho.

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