Bispo de Viana apresenta Maria como modelo de fé esclarecida

Peregrinação diocesana à Senhora do Minho Do alto da Serra d’Arga, na peregrinação diocesana ao santuário de Nossa Senhora do Minho, o Bispo de Viana do Castelo apresentou ontem Maria como «modelo e guia de uma fé esclarecida», reafirmando a prioridade da formação dos leigos e de uma pastoral renovada e ousada da família. Durante a celebração eucarística da peregrinação, que este ano partiu da igreja matriz de Ponte de Lima, depois de a imagem peregrina de Nossa Senhora ter visitado todas as comunidades daquele arciprestado, D. José Pedreira disse que, actualmente, «uma das condições para seguir Jesus é adquirir uma fé esclarecida». Falando a uma multidão que não se deixou intimidar pelo tempo menos propício para subir a serra, o prelado defendeu que a «formação dos fiéis leigos» tem como objectivo fundamental «a descoberta, cada vez mais clara, da própria vocação e a disponibilidade, cada vez maior, para vivê-la no cumprimento da específica missão de cada um». A formação, espiritual e doutrinal, para ser integral – argumenta o Bispo de Viana – «requer doação ao estudo permanente através duma catequese sistemática», dada gradualmente, em conformidade com a idade e com as várias situações da vida. Envolve também «a promoção cristã da cultura», mesmo de nível superior, como «resposta às eternas interrogações que atormentam o ser humano e a sociedade de hoje». Neste processo não pode ser deixado de lado o «conhecimento da doutrina social da Igreja», em ordem à formação da consciência social que favoreça «o crescimento pessoal no campo dos valores humanos», da competência profissional ao espírito de justiça, «sem os quais nem sequer pode haver uma vida cristã autêntica». O Bispo de Viana do Castelo não tem dúvidas de que «é com os leigos e a partir dos leigos» que se pode incentivar a «evangelização das próximas futuras gerações», marcadas e como que modeladas pela cultura, daí este forte desafio à «formação a todos os níveis». A importância que é atribuída à missão dos leigos, disse o prelado, «não dispensa nem diminui a importância da missão do clero e dos religiosos». Pelo contrário, «requer criterioso e clarividente empenhamento dos sacerdotes e dos religiosos, fazendo da formação pastoral de animadores leigos uma das suas tarefas prioritárias », desafiou. A fé, explicou D. José Pedreira, não pode tender apenas a justapor-se a qualquer cultura, mas «tem a missão de operar uma verdadeira inculturação », porque «uma fé que não se torna cultura é uma fé não plenamente acolhida, não inteiramente pensada e nem com fidelidade vivida». Neste constante apelo à formação religiosa, D. José Pedreira disse que “catequizar” os pais é, simultaneamente, «uma das condições para valorizar e tornar mais frutuosa a catequese nas primeiras idades de seus filhos». Outro dos desafios abordados por D. José Pedreira na homilia ontem proferida no santuário da Senhora da Conceição do Minho foi o matrimónio e a família, na consciência de que «constituem um dos bens mais preciosos da humanidade ». Neste sentido, a Igreja tem «o imperativo de fielmente defender os seus direitos e as condições sociais e legais para poder cumprir a sua missão em favor da vida». A pastoral familiar e o apoio aos movimentos que agregam e fortalecem a estabilidade dos casais «deve merecer um carinho e atenção redobrada » nas comunidades cristãs e seus pastores, defendeu o Bispo de Viana do Castelo. Para levar a bom porto este desafio para a diocese, D. José Pedreira apontou o exemplo de Maria, a mãe de Jesus, a Imaculada Conceição, a Senhora do Minho. Desde o primeiro momento do apelo de Deus, disse um “sim” convicto e de entrega total a Deus para assumir a vocação que o anjo lhe anunciavada parte do Senhor. «Não pôs condições e toda a sua existência foi um serviço permanente a Cristo e à Igreja por Ele fundada». O Bispo de Viana aproveitou a ocasião para recordar os tempos em que o Cónego Correia, pároco de Ponte do Lima, padre José Augusto Alves, pároco de Estorãos, e, mais tarde, o padre Manuel J. Gomes, de São João da Ribeira, conceberam este sonho: «edificar um templo no alto da Serra d’Arga, onde todas as gentes do Alto Minho pudessem venerar a sua Padroeira». Esse sonho, disse, vai-se tornando realidade através do abnegado empenhamento e esforço daqueles que lhe seguiram o exemplo. De ano para ano aumenta o número dos peregrinos. E o templo, com a ajuda de todos e a dedicação mais sacrificada de alguns, vai assumindo a sua forma definitiva. «Neste ano, ao assinalar a conclusão das obras mais essenciais ou estruturantes da capela e do recinto, temos grato motivo para celebrar com afectuosa satisfação este dia e proceder à consagração das nossas famílias, de cada um/ /uma de nós, à Imaculada Mãe de Jesus».

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Agência ECCLESIA

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