Peregrinos foram chamados à generosidade em favor das populações atingidas pelo conflito que se arrasta no Darfur D. António Marto, Bispo de Leiria-Fátima, apelou hoje a uma maior colaboração entre a Europa e a África, para combater situações de pobreza e exclusão. “É a Senhora e Mãe universal que hoje nos faz ouvir aqui o seu grito de dor e de amor pelos irmãos da África e dirige à Europa este grito: Europa, ama a África, tua irmã! Europa, partilha da tua riqueza, da tua abundância, com a África, tua irmã pobre”, disse no final da celebração do 13 de Maio, no Santuário. O ofertório da Eucaristia Internacional de Maio, em Fátima, reverteu para “o povo martirizado do Darfur”, no Sudão. “As Nações Unidas e a comunidade internacional estão altamente preocupadas com o conflito no Darfur: morreram já duzentas mil pessoas; mais dois milhões e meio tiveram de abandonar as suas terras. Com este acto excepcional, respondemos a um apelo da Igreja do Sudão. Cristãos, muçulmanos e outros são todos nossos irmãos. O pouco ou muito que podemos oferecer – nem que seja um cêntimo, como o óbulo da viúva – será um sinal da nossa solidariedade cristã”, foi referido no início do Ofertório da Eucaristia internacional aniversária de Maio 2008. Ainda durante este momento em que os peregrinos foram exortados à solidariedade, o comentador da celebração explicou a importância do gesto solidário: “Neste ofertório, ressoa o apelo de Deus à nossa generosidade. Damos do que já nos foi dado pelo Dador de todos os bens. A África é o nosso continente mais vizinho. Muitos países adoptaram como idioma oficial uma língua que lhes foi levada pela Europa. As nossas relações de proximidade são uma honra; são uma ocasião de comunhão recíproca; são também uma missão, uma responsabilidade histórica, que a Providência nos confia, à África e a nós. Este ofertório ficará para todos como um apelo e uma advertência. A Europa deve amar a África, como um irmão deve amar o seu irmão”. Enquanto decorria o ofertório, um grupo de irmãs africanas e timorenses aproximava-se do altar central. No patamar central da escadaria, as irmãos cantavam e dançavam a dança africana “Tambúla a gana”, onde se canta “Tomai, Senhor, o nosso pão e tudo o que temos: o nosso vinho, a nossa vida, o mundo inteiro, todos os nossos problemas, a nossa igreja, as nossas famílias, os nossos sofrimentos”. No final da celebração, saudando os peregrinos, D. António Marto falou da “surpreendente beleza de Fátima”, que considerou um “oásis espiritual”, onde se respira um “clima de serenidade”. Estas dimensões são “muito necessárias para o homem do nosso tempo, tão tentado pela falta de confiança na bondade e na beleza da vida”. Segundo dados divulgados pela sala de imprensa do Santuário de Fátima, no Lava-pés foram atendidos 1036 peregrinos; no Posto de Socorro foram atendidas 455 pessoas e 5770 pessoas confessaram-se. Foram recebidas 386 inscrições para a Bênção dos Doentes, que teve lugar durante a Eucaristia Internacional de 13 de Maio. Redacção/Sala de imprensa do Santuário de Fátima