Coimbra, 26 nov 2011 (Ecclesia) – O bispo de Coimbra considera que a universidade ocupa “um lugar insubstituível” na sociedade portuguesa e que é possível ser-se docente universitário e, ao mesmo tempo, cristão.
Num encontro, realizado esta quinta-feira, na capela da Universidade de Coimbra, entre D. Virgílio Antunes e os docentes e investigadores, o prelado referiu que “é justo esperar da universidade um contributo para o amadurecimento da humanidade, que a ajude, por um lado a superar o vazio de valores e a falta de horizontes, e por outro, a encontrar motivações fortes e capazes de determinar objetivos comuns e razoáveis”.
Na sua reflexão, D. Virgílio Antunes sublinhou aos presentes, ligados às mais variadas áreas do saber, que ao contrário do que se passou noutras épocas, hoje não se pode “apontar a reduzida escolaridade como causa dos problemas” que afetam a sociedade portuguesa – a viver “uma situação extremamente crítica” – visto que o acesso ao ensino e à Universidade se “tornou generalizado”.
No contexto atual, “é justo esperar da universidade um contributo para o amadurecimento da humanidade”, que a ajude, por um lado a “superar o vazio de valores e a falta de horizontes”, e por outro, “a encontrar motivações fortes e capazes de determinar objetivos comuns e razoáveis”, disse o bispo de Coimbra no seu discurso enviado à Agência ECCLESIA.
A universidade tem uma “imensa responsabilidade” quando se trata de fornecer à sociedade “os conteúdos, os meios e os critérios capazes de dar forma a perspetivas de futuro verdadeiramente responsáveis, justas e assentes no reto uso da razão”.
Através da via do conhecimento e do saber, enquanto condições para o desenvolvimento, a universidade tem capacidade “para criar uma nova mentalidade, um novo modelo de sociedade, uma nova cultura”, alertou.
Depois de uma rejeição “liminar da cosmovisão cristã em muitos ambientes universitários”, D. Virgílio Antunes revela que esta cosmovisão cristã “parece voltar a chamar a atenção às novas gerações, desiludidas com as visões parciais e reducionistas que se revelaram frequentemente contra o Homem”.
Ao falar da realidade universitária da cidade do Mondego, o bispo realça que se assiste “a um renovado interesse dos universitários pelas atividades e propostas de caráter espiritual e Deus volta a ser inquietação, mesmo que a questão seja, por vezes, equacionada fora do mundo religioso institucional”.
LFS