Bento XVI continua a retirar dos seus cargos prelados envolvidos nestes casos
O Vaticano anunciou esta Sexta-feira que Bento XVI aceitou a renúncia do Bispo Roger Vangheluwe, da Diocese de Bruges, na Bélgica.
Em breve comunicado, a Santa Sé anuncia a decisão, justificada com o cân. 401 § 2, do Código de Direito Canónico, o qual convida os Bispos a renunciar em caso de doença ou outra “causa grave”, à imagem do que acontecera no dia anterior com o irlandês D. James Moriarty, da Diocese de Kildare e Leighlin.
Posteriormente, o serviço de informação do Vaticano apresentou declarações do próprio D. Roger Joseph Vangheluwe e do Arcebispo de Bruxelas, D. André-Mutien Léonard.
O agora bispo emérito de Bruges confessou ter abusado durante vários anos de um “jovem”.
“Quando era um mero padre, e por algum tempo depois de ser ordenado bispo, abusei sexualmente de um jovem”, refere D. Roger Vangheluwe, nomeado bispo em 1985, ano em que assumiu a diocese de Bruges.
Hoje com 73 anos, o prelado admite que a vítima “continua marcada” pelo que aconteceu e apresenta as suas desculpas ao jovem, à sua família, “a toda a comunidade católica e à sociedade em geral”.
Em conferência de imprensa, o Arcebispo André-Mutien Leonard admitiu que esta é “uma situação particularmente grave”, defendendo que a demissão de D. Roger Vangheluwe era “indispensável”.
A Igreja Católica na Bélgica, acrescenta, manifesta uma vontade de “transparência” que quer aplicar nesta matéria, virando a página sobre um tempo em que “se preferia a solução do silêncio ou do ocultação”.