Sacrifícios pedidos devem ser para todos, defende D. António Vitalino
D. António Vitalino, Bispo de Beja, defendeu a necessidade de “moderação” em tempos de crise, pedindo que os políticos sejam os primeiros a dar o exemplo.
“Fala-se da necessidade de financiar e orçamentar a vida pública e não se encontram nos mercados internos os recursos suficientes. É preciso moderação, mas ninguém a quer para si, a começar pelos diversos ministérios, serviços centrais e autárquicos”, alertou.
Na sua nota semanal para a «Rádio Pax», enviada à Agência ECCLESIA, o prelado lamentou que o caminho para a saída da crise se pareça limitar ao “aumento de impostos e o corte nos salários dos trabalhadores dependentes”.
“Gastam-se os recursos em consumo, em remodelações materiais de edifícios e de gabinetes, em modernização de frotas e armas, em aumentos salariais e de bónus dos responsáveis, e depois disso ainda se continua a falar de grandes projectos”, escreve.
Para D. António Vitalino “os governantes precisam também de moderar os seus hábitos de consumo, de ser exigentes consigo mesmos, não se limitando a impor aos outros uma carga difícil de transportar”.
“Os pequenos estão habituados a sofrer, mas precisam de sentir que vale a pena, e que os decisores políticos não se põem de parte, mas dão o exemplo”, observa.
O Bispo de Beja considera, em tom de alerta, que “o egoísmo das pessoas e dos grupos conduz à injustiça, à marginalização de alguns e às crises”.