Nesta última semana continuaram a decorrer as visitas pastorais às paróquias confiadas aos Padres José Manuel e Daniel Guerreiro, terminando nos dias 13 e 14 com as celebrações da Eucaristia dominical em mais cinco comunidades. Foram dias intensos de contactos com as populações e suas instituições sociais, culturais, cívicas e religiosas. Com a população de Vila Ruiva O dia 9 de Maio começou com a celebração da Eucaristia na igreja paroquial de Vila Ruiva, cujos frescos foram recentemente restaurados. Terra de casas brancas, no termo da planície do Baixo Alentejo, já nas fraldas dos montes que o separam do Alto, a caminho de Alvito e Viana do Alentejo. Já foi sede concelho e já teve mais do dobro dos habitantes actuais, cerca de 625. Tem um rico património religioso, concentrado em 5 igrejas: Matriz, Misericórdia, S. Sebastião, Senhor da Ladeira e Senhora das Represas. Esta fica for a do povoado, no meio de vinhas, na estrada que vem de Cuba. Depois da celebração, acompanhado do Pe. Daniel e dos membros da Comissão Fabriqueira, caminhamos pelas ruas da terra, saudando algumas pessoas que assomavam às janelas e outras que iam passando. Na escola contactamos as professoras e funcionárias, assim como as crianças da pré-primária e do primeiro ciclo num total de 30, que estavam muito ocupadas em acções da escola segura. Depois visitámos um museu vivo, único no país, o Insectozoo, iniciativa dum jovem da terra, João Pedro Cappas e Sousa, que aqui criou um habitat para os insectos sociais. Vale a pena uma visita guiada pelo criador do museu, que introduz o visitante no mundo fantástico das formigas, abelhas, vespas e térmitas. Antes do almoço na comunidade das Irmãs da Divina Providência e da Sagrada Família, ainda fomos recebidos pela Mesa da Misericórdia de Vila Alva, nas igrejas que têm funcionado como núcleos museológicos. Depois do almoço houve um breve diálogo das Irmãs comigo, ocasião oportuna para lhes agradecer a presença e apostolado na diocese. Regressámos a Vila Ruiva, agora também com a presença do Pe. José Manuel. Fomos recebidos na Junta de Freguesia, cujo executivo nos acompanhou na visita às igrejas da terra. Antes de deixar esta povoação ainda fomos até às estufas de plantas e flores ornamentais, iniciativa dum casal que descobriu nas plantas uma vocação e uma terapia. Ao fim do dia reunimos com os membros da Comissão Fabriqueira, corresponsabilizando-os pela administração paroquial, sobretudo a limpeza e manutenção do património. Voltámos à igreja matriz para a celebração da Eucaristia dominical no dia 13, ao fim da tarde. Nesta celebração três jovens receberam os três sacramentos da iniciação cristã e mais 6 membros da comunidade foram crismados. Depois da celebração teve lugar no Centro de Convívio um lanche ajantarado. Em Albergaria dos Fusos No dia 9 de Maio, ao fim da tarde, com a companhia das Irmãs de Vila Alva e o Pe. José Manuel fomos até Albergaria dos Fusos, uma pequena aldeia rodeada de vinhedos, com cerca de 100 habitantes, a maioria idosos. É uma paróquia, mas civilmente um lugar da freguesia de Vila Ruiva. Visitámos alguns doentes e cumprimentámos várias pessoas sentadas à porta de suas casas ou em bancos de jardim. No centro do lugar está uma igreja moderna, redonda, que mereceu um lugar na exposição em Bruxelas, a Europalia. A antiga igreja fica fora da povoação, junto ao cemitério. Com as pessoas praticantes fomos ao cemitério e a esta igreja, tendo ficado desolados com o seu estado de degradação. Os naturais pediram ajuda para a limpeza e conservação deste património. No Sábado, dia 13, voltámos a esta terra, para celebrar a Missa dominical. Como vínhamos de Fátima, já começámos a celebração um pouco atrasados, mas as Irmãs e o Pe. Daniel ocuparam o tempo com a oração do rosário. No final todos quiseram oferecer algum produto da terra ao bispo, com o pedido de não os esquecermos. Em Vila de Frades Vila de Frades, do concelho de Vidigueira, já foi sede de concelho. Esta paróquia está também confiada ao pároco da Cuba. Com 992 habitantes, segundo o censo de 2001, já teve mais do dobro da população. Tem um rico património, histórico e artístico, e uma igreja monumental. Aqui iniciámos a visita pastoral com uma oração e um diálogo com muitos paroquianos, que aqui se juntaram na manhã do dia 10 de Maio. Muitos deles acompanharam-nos na visita à povoação e suas instituições, terra que já foi sede de concelho. Fomos apresentar cumprimentos à Junta de freguesia, onde também tem funcionado a escola durante os trabalhos de restauro e modernização da escola Fialho de Almeida, um personagem ilustre, escritor, aqui nascido em 1857. A escola do primeiro ciclo e pré-primária conta 45 alunos. Guiados pelo Presidente da Junta e o Provedor da Misericórdia demos uma volta pelas ruas e principais edifícios do património: igreja da misericórdia, igreja de S. Brás, mercado, museu, escola e ermida de S. António, numa colina nos arredores, cercada de vinhas. Só faltou visitar a ermida de Nª Srª de Guadalupe e S. Cucufate, padroeiro da terra. No dia 11 voltámos aqui, para reunir com o clero do arciprestado e celebrar a Eucaristia, com a participação de muito povo. O encerramento foi no dia 14, de manhã, com a celebração da Eucaristia e administração do sacramento do Crisma a 6 membros da comunidade. Em Cuba, na sede do arciprestado Ao final do dia 10 de Maio fui para Cuba, dando aí início à visita pastoral. Depois de apresentação de cumprimentos no quartel dos Bombeiros Voluntários, passámos pelas capelas de S. Sebastião, Senhora da Rocha e S. Pedro, visitando no percurso alguns doentes. O dia terminou com a celebração da eucaristia na igreja matriz, com um interior rico em arte. A 11 de Maio iniciámos o dia visitando a Câmara Municipal, a Biblioteca e o Tribunal, acompanhados do Vice-Presidente da Câmara, da Vice-Presidente do Conselho Executivo do Agrupamento de Escolas e da Presidente da Associação de Pais. Em todo o lado nos foi manifestado contentamento pela qualidade da visita e vontade de colaboração. Na escola básica integrada, com cerca de 400 alunos da pré-primária e do 1º ciclo da freguesia da Cuba e dos 2º e 3º ciclos de todo o concelho. O primeiro ciclo e pré-primária das outras freguesias do concelho, que também são deste agrupamento vertical, funcionam nas respectivas freguesias. Depois de visitar quase todas as turmas da escola, reuni com uma turma do 8º ano de formação moral e religiosa, respondendo a muitas questões dos alunos, preparadas com o apoio da professora de EMRC, a Susana e fazendo-lhes também algumas perguntas. Depois do almoço com professores e funcionários da escola, fui participar na reunião arciprestal em Vila de Frades, regressando à noite, para reunir com todos os colaboradores da paróquia, a quem exortei a contribuir para o crescimento e fortalecimento da comunidade paroquial e a fomentar um espírito missionário de ajuda a comunidades mais carecidas, como já acontece com alguns grupos e movimentos. O dia 12 de Maio foi todo dedicado a Cuba, começando com uma romagem ao cemitério, onde rezámos por todos os falecidos e especialmente junto do túmulo de Mons. Godinho, falecido há poucos anos e que foi pároco nesta terra durante muito tempo. Depois visitámos a Escola Profissional Fialho de Almeida, frequentada por cerca de 250 alunos, provenientes de várias partes do país. O almoço foi servido no monte da família Vargas, onde visitámos a adega e nos informámos sobre a situação da agricultura nesta zona, uma das mais fortes do Baixo Alentejo. De tarde, passámos pela Junta de Freguesia, pela Repartição de Finanças, pela Conservatória Notarial e pelo Registo Civil, tomando conhecimento da situação dos habitantes nestas diferentes áreas. Grande parte da tarde foi dedicada à Santa Casa da Misericórdia de Cuba, que tem as valências do trabalho social com idosos e crianças. No Lar social há 56 residentes internos, 8 em Centro de Dia e 28 em Apoio domiciliário. No lar particular, que funciona nas instalações do antigo convento carmelita, restaurado e adaptado para o efeito, há 27 residentes. Recebidos por toda a Mesa, saudamos pessoalmente todos os presentes, utentes e funcionários e lanchámos juntos. Depois de ver a antiga igreja do convento e a nova casa mortuária, fomos até ao edifício do Infantário e da Creche. Como era já o fim do dia, a maioria dos funcionários e crianças já tinha saído. É um belo edifício, bem decorado, que acolhe 41 crianças na creche e 23 na Pré-primária. Também apresentámos cumprimentos no quartel da GNR e agradecemos a boa colaboração com a segurança do tesouro da paróquia. Também este dia terminou com a celebração da Eucaristia na igreja matriz. Mas para o Bispo só acabaria cerca da meia noite, em Moura, para onde foi, mesmo sem jantar, para aí presidir à bênção de uma nova porta para a igreja do Carmo e à procissão de velas pelas ruas da cidade histórica com a imagem de Nossa Senhora de Fátima. Encerramento da visita pastoral No Sábado, dia 13 de Maio, bem cedo, fui até Fátima participar na peregrinação aniversaria da primeira aparição de Nossa Senhora aos Pastorinhos. O diácono Florival conduziu o carro, deixando-me em Fátima, a tempo de me integrar nas cerimónias e levando a seguir D. Manuel Falcão à propriedade de família, perto de Abrantes, onde iria baptizar mais um segundo sobrinho. Depois das cerimónias de Fátima, com muito custo, por causa do congestionamento das estradas de acesso, regressámos à diocese, para presidir às celebrações da Eucaristia dominical de encerramento da Visita pastoral em 5 paróquias: Albergaria dos Fusos e Vila Ruiva no Sábado, como já escrevi atrás, Vila de Frades, Cuba e Faro do Alentejo, no domingo. A Missa na matriz da Cuba, acolitada por muitos jovens, foi seguida de um almoço no salão paroquial, com a participação de muitos membros da comunidade. Na homilia agradeci o acolhimento e a boa colaboração com os párocos, jovens, com muito para dar à Igreja, se soubermos ajudá-los e rezar por eles. Lembrei também o pároco anterior, Pe. João Paulo, a estudar em Roma e que nesse dia completava 6 anos de ordenação, o primeiro presbítero por mim ordenado nesta diocese. Pedi oração e colaboração na obra das vocações sacerdotais e consagradas, pois sem presbíteros não teremos o Pão Eucarístico, alimento para a vida cristã e para a vida do mundo. Ao fim do dia celebrei em Faro do Alentejo e crismei duas pessoas adultas da comunidade. Também aqui foi servido um lanche e fui presenteado com produtos da terra. Regressando a Beja, depois de dias intensos entre o povo, dava graças a Deus pelas maravilhas que Ele opera no coração dos alentejanos. Contemplando os prados floridos, pensava no sentido profundo e singelo dos versos compostos por um pastor, dirigidos a um dos meus antecessores e que uma senhora em Cuba declamou: Nós ambos somos pastores, mas nunca somos iguais: Vós sois o pastor das almas E eu pastor dos animais. Eu no prado e vós no templo: Nós ambos somos pastores. Eu brilho entre os animais, Vós brilhais entre os doutores.
